REVISÃO GINECOLOGIA

material fornecido pela amabilidade do Dr. Handre Luish

Trabalho de Parto Normal
Fases do Trabalho de Parto , Fórcipes

Trabalhos de Parto

1° Período: Dilatação

2° Período: Expulsivo

3° Período: Secundamento

4° Período: Observação

Fórcipes

Fisiologia Materna Durante a Gravidez

Endocrinologia

Cardiovascular

Ósseo e Muscular

Pele

Sangue

Digestivo

Respiratório

Genitourinário

Volumes Pulmonares na Gravidez
·  CPT: ß (devido a elevação do diafragma)
·  CRF: ß
·  CI: Ý
·  VR: ß
·  VRE: ß
·  VC: Ý
·  Espaço morto: Ý
Gravidez Ectópica

Localização

Manifestações Clínicas

Tratamento

Diabete Mellitus na Grávida

        O DM é uma doença sistêmica, crônica e evolutiva caracterizada por alterações no metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídeos. A incidência é de 2-3% de todas as gestações, sendo que, em 90% dos casos, trata-se do DM gestacional.
        A gravidez é diabetogênica principalmente no 2º trimestre da gestação. Hoje, com a ação de uma equipe multidisciplinar (obstetra, diabetólogo e pediatra), houve uma ß considerável da morbiletalidade tanto materna quanto fetal. O DM pode ser classificado:

        Outras classificações foram descritas. A mais importante foi a de Priscilla White, relacionando o prognóstico da gestação e do concepto a gravidade do DM. Atualmente, se mantivermos a paciente normoglicêmica a maior parte do tempo da gravidez, teremos um prognóstico materno e fetal muito melhor. As complicações passíveis de acometer a gestação de uma DM são:

        O controle adequado e rigoroso do estado metabólico na pré-concepção deve ser imperativo para que o início da gestação (fase embrionária) ocorra numa fase de normoglicemia. Ocorre um Ý incidência de MFC quando há descontrole glicêmico na fase de organogênese. Após o início da gestação o pré-natal terá como objetivos:

        O screennig deverá ser feito pela glicemia de jejum que terá o valor de corte de 85 mg/dl segundo o Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional. Se o valor for Ý 85mg/dl, deverá ser realizado um teste de sobrecarga proposto por Pedersen, ingestão de 50g de dextrosol e mensuração da glicemia após 1h; se a glicemia ultrapassar 140mg/dl, considera-se a gestante com alteração glicêmica e, a partir disto, realiza-se o TTOG. O maior empecilho ao teste de Pedersen é a dificuldade de realização, pois a paciente deve ingerir o dextrosol e ficar em repouso por 1h. Corre-se o risco da paciente ter vômitos e reiniciar o teste sem o devido jejum, não ocorrer o repouso necessário e, o pior, ter-se a certeza da colheita no tempo certo, 1h. Todos estes empecilhos poderão alterar o significado do exame.
        Se forem encontrados 2 resultados da glicemia de jejum Ý 105mg/dl, considera-se a paciente com DM gestacional, segundo o EBDG. O resultado do teste de Pedersen Ý 200mg/dl também permite Dx. Nas pacientes encaminhadas ao TTOG o encontro de 2 ou mais resultados alterados permite firmar o Dx.
Existem 2 linhas principais de diagnóstico para o TTOG:

 

National Diabetes Data Group

Carpenter e Coustan

Jejum

105 mg/dl

95 mg/dl

60 min.

195 mg/dl

180 mg/dl

120 min.

165 mg/dl

155 mg/dl

180 min.

145 mg/dl

140 mg/dl

        O screennig deverá ser realizado na 1º consulta de pré-natal e será repetido no período entre a 24-28º semana de gestação. Em pacientes de risco elevado repetir o exame entre 32-36 semanas.
        O tratamento de uma gestante DM baseia-se na manutenção rigorosa dos níveis glicêmicos, em torno de 100mg/dl. Este controle inclui a dieta com as restrições calóricas descritas e a utilização da insulinoterapia como coadjuvante no tratamento clínico. A insulina de escolha é a de ação lenta (NPH) que deve ter a sua dose fracionada. Na maioria dos casos, 50% da dose no período da manhã, 25% no almoço e 25% no jantar.
        A avaliação do bem estar fetal deve ser realizada com a contagem dos movimentos fetais, cardiotocografia e PBF. A dopplerfluxometria só tem indicação nas DM com vasculopatia grave. O US obstétrico inicial deve ser realizada antes de 20 semanas e repetida a cada 4 semanas até o final da gestação. A cardiotocografia será indicada diariamente nas gestantes internadas e 2 vezes/semana nas acompanhadas em ambulatórios.
        O PBF deve ser realizado nas pacientes em regime de constante hiperglicemia. A contagem do número de movimentos fetais deve ser realizada diariamente pela gestante. A avaliação é individual e a comparação é diária, sendo a ß do número de movimentos fetais considerada sinal de alerta quanto ao bem estar.
        A avaliação da maturidade fetal é feita pela amniocentese. O líquido amniótico deve ser analisado quanto à maturidade fetal, usando-se o teste do azul de Nilo (maturidade tegumentar) e os testes de maturidade pulmonar: teste de Clements, relação Lecitina/Esfingomielina e fosfatidilglicerol. A maturidade pulmonar estará presente quando a relação L/E estiver Ý de 2, o teste de Clements for positivo no 3º tubo e quando houver a presença do fosfatidilglicerol.
Hemorragia da Segunda Metade da Gravidez
        As principais causas de sangramento na 2º metade da gestação são: DPP, placenta prévia, rotura uterina, rotura do seio marginal, vasa prévia e patologias do trato genital inferior.

Descolamento Prematuro da Placenta
        É a separação intempestiva da placenta do seu sítio de implantação no corpo uterino, antes do nascimento do feto, em uma gestação de 20 ou mais semanas. Sua incidência varia de 0,5-3% das gestações.
        Os principais fatores predisponentes incluem HAS, seja a HAS crônica como a DHEG; fator mecânico, especialmente os traumas; retração uterina após o esvaziamento rápido do polidrâmnio; alterações placentárias, principalmente a placenta circunvalada e infartos placentários decorrentes do tabagismo, má nutrição, alcoolismo e DM com vasculopatia.
        Apesar de todos estes fatores, em grande número de casos a causa primária do descolamento é desconhecida.
        O DPP inicia-se com um sangramento no interior da decídua, levando à formação de um hematoma e ao descolamento abrupto da placenta do seu sítio de implantação. O sangue fica represado e se coagula atrás da placenta, caracterizando o hematoma retroplacentário. Em 80% dos casos, o sangue descola ou rompe as membranas e flui para o exterior, levando ao sangramento vaginal, causando a hemorragia externa. Nos 20% restantes, o sangue fica totalmente retido atrás da placenta, caracterizando a hemorragia oculta.
        O sangue pode, através de uma solução de continuidade, atingir a cavidade ovular, causando hemoâmnio. Numa grande hemorragia oculta, os componentes do sangue, provenientes do hematoma retroplacentário, podem atingir o miométrio causando um desarranjo da estrutura das miofibrilas, levando a atonia uterina; quadro de apoplexia uteroplacentária - útero de Couvelaire. Neste quadro, o aspecto do útero e anexos é característico; coloração azulada-marmórea devido às infusões sangüíneas e equimoses que se assestam sobre a serosa.
        O quadro caracteriza-se por dor abdominal repentina, acompanhado de sangramento vaginal, de início súbito, média intensidade e cor vermelho-escura com coágulos. Ocorre na fase inicial taquihiperssistolia, seguida de hipertonia uterina, alterações do BCF, caracterizando o sofrimento fetal pela ß da superfície de trocas e a morte iminente.
        O Dx diferencial deve ser feito com placenta prévia, rotura uterina, polidrâmnio agudo, Sd. sofrimento de vísceras ocas ou maciças, rotura de vasa prévia ou seio marginal da placenta e trabalho de parto prematuro.

A conduta será baseada em:
·  Amniotomia
·  Venóclise e fluidoterapia
·  Tipagem sangüínea
·  Resolução da gestação pela via mais rápida quando o feto estiver vivo. Tratando-se de feto morto a escolha da via de parto dependerá do estágio de dilatação cervical e das condições clínicas maternas
·  Controle da diurese
·  Monitorizar o estado hematológico materno (HMG, plaquetas, fibrinogênio, produtos de degradação da fibrina e TAP)
·  Transfusão de concentrados de hemácias, plaquetas e plasma fresco.

        As principais complicações são o choque hipovolêmico, insuficiência renal aguda, insuficiência cárdio-respiratória, coagulopatia e necrose do lobo posterior da hipófise (Sd. Sheehan).
        A mortalidade materna chega a 1,7% dos casos. O prognóstico é mais sombrio quando existe HAS grave, postergação da interrupção da gravidez ou alguma complicação clínica associada ao DPP. A mortalidade fetal pode chegar a 100% em casos graves e 25% nos leves. A prematuridade Ý ainda mais a mortalidade perinatal.

Inserção Baixa da Placenta (Placenta Prévia)
        Placenta inserida no segmento inferior do útero, até 7cm do orifício interno, após a 28º semana. A incidência gira em torno de 0,5-1% das gestações. Pode ser classificada em:

Tem como principais fatores predisponentes:
·  Multiparidade: principalmente quando há período interpartal curto.
·  Idade: a placenta prévia é mais comum nas gestantes idosas.
·  Curetagem uterina prévia.
·  Gravidez gemelar.
·  Patologias que deformem a cavidade uterina (malformações, miomatose).
·  Cesarianas anteriores.
·  Infecção puerperal.

        A hemorragia espontânea produz-se porque o bordo placentário se descola na formação do segmento inferior, por despregueamento do istmo. A placenta, não podendo acompanhar, arranca as conexões com a decídua basal, o que provoca hemorragia, originária dos espaços intervilosos, e, portanto, materna.
        O sangramento é o sinal mais importante, sendo indolor, rutilante, aparecendo sem quaisquer esforços ou traumatismos, estando presente em Ý 90% dos casos.
        A palpação abdominal às vezes identifica a estática fetal alterada. O exame especular é necessário para identificar a fonte do sangramento: obstétrica ou ginecológica. O exame digital é desaconselhado.
        Na US o Dx só será definitivo no 3º trimestre, devido à possibilidade da placenta, de inserção baixa em idades gestacionais mais precoces, poder acompanhar o crescimento uterino, modificando sua posição em relação ao colo.

A conduta dependerá da idade gestacional. Na gestação pré-termo, com sangramento discreto, indica-se:

        Em caso de sangramento moderado ou grave, de difícil controle hemodinâmico, indica-se interrupção da gestação por CST. No termo ou presente maturidade indica-se a resolução da gestação, através de CST, nas placentas prévias total e parcial. Nas demais, pode-se aguardar o trabalho de parto permitindo-se o parto transpélvico se o estado hemodinâmico materno o permitir e a placenta prévia for lateral ou marginal. Nestes casos a amniotomia precoce pode ser indicada devido à possibilidade de compressão da borda placentária sangrante pelo efeito compressivo do pólo fetal.
        A mortalidade perinatal situa-se entre 10-20%, devido à prematuridade. Além disso, está associada a outras condições: amniorrexe prematura, grande incidência de situações transverso-oblíquas, apresentação pélvica, sofrimento fetal e acretismo placentar.
        As hemorragias dos últimos meses somente em 1/3 dos casos têm origem nas inserções viciosas da placenta, sendo necessário o Dx diferencial com as seguintes entidades: rotura do seio marginal, inserção velamentosa do cordão, DPP, carcinoma da cérvice e da vagina, pólipos, tumores da vulva e discrasias sangüíneas.

Patologia do Trato Genital Inferior
        O Dx diferencial dos sangramentos genitais da 2º metade da gravidez deve passar pelo exame ginecológico na busca de lesões do trato genital que possam causar sangramento, tais como: cervicites, lacerações, pólipos, neoplasias, varizes rotas, lesões causadas por agentes químicos ou mecânicos.
Febrasgo: Contracepção

Abstinência Sexual Periódica
        Os métodos de abstinência sexual periódica (naturais), são definidos como "métodos para evitar gestações pela observação dos sinais da fase fértil do ciclo menstrual, neste período deve haver abstinência sexual".
        Pressupõem-se que o tempo de vida dos SPTZ no trato genital feminino seja de 72h e que o período de fertilidade do óvulo seja de 24-48h. Portanto, o período fértil varia entre 3-4 dias antes e 3 dias após a ovulação.
        Desvantagens: eficácia ß ; exige orientação do casal; dependem da sua capacidade de aprendizagem; alteram o comportamento sexual; não conferem proteção contra as DSTs.

Método Rítmico
        O método de Ogino-Knaus (calendário ou tabela) busca encontrar o início e o fim do período fértil. Para utilizá-lo a mulher deve conhecer os últimos 6-12 ciclos (8 meses). Cálculo: Início do período fértil - diminuir 18 do ciclo mais curto; final do período fértil - diminuir 11 do ciclo mais longo

Método da Temperatura Basal
        Este método, baseia-se no Ý da T, entre 0,3-0,8o após a ovulação, devido à ação da progesterona no hipotálamo. A mulher deve registrar a T diariamente, a partir do 1º dia do ciclo. O termômetro deve ser colocado na boca, pela manhã, antes de qualquer atividade, durante 5 minutos. Para não engravidar, a mulher deve evitar relações desde o 1º dia da menstruação até que a T Ý de 0,3-0,8o por 3 dias consecutivos. Além de assegurar que a mulher já ovulou, essa precaução confirma que o óvulo não é mais fecundável. Observa-se uma ß da T no dia da ovulação, seguida de Ý nos dias seguintes. Por isso, o método da T serve para Dx de gravidez, pois a T continua Ý após o 28o dia do ciclo.

Método do Muco Cervical
        Também conhecido como Billings, baseia-se nas modificações cíclicas do muco cervical. Como proceder:

Método Sintotérmico
        O método sintotérmico significa a utilização de indicadores múltiplos, Ý capacidade de identificar o início e fim do período de fertilidade, melhorando a eficácia do método e ß tempo de abstinência. Utiliza:
·  muco cervical.
·  fazer o cálculo do calendário.
·  avaliar as variações da temperatura basal.

Coito Interrompido

        O coito interrompido baseia-se na capacidade do homem em pressentir a iminência da ejaculação e neste momento retirar o pênis da vagina. É importante ressaltar:

Conclusões

Métodos de Barreira
        São denominados métodos de barreira aqueles que evitam a gravidez através do impedimento da ascensão dos SPTZ ao útero.

Condom
        Trata-se de um envoltório para o pênis, feito de látex. A eficácia do método depende: de seu uso correto, motivação do casal, tempo de experiência com o método e qualidade do produto. Falhas variam de 3-12%.
        Os condons apresentam benefícios não contraceptivos importantes. Umas das grandes vantagens é a proteção contra DSTs, inclusive virótica (HPV, HIV, HBV).
        Contra-indicação: dificuldades na manutenção da ereção e processos alérgicos ao látex (raros)

O condom feminina é um novo contraceptivo de barreira, de poliuretano. Recobre a cérvice uterina, paredes vaginais e parte da vulva. Devido à maior área genital, tanto feminina quanto masculina, recobertas oferece proteção mais efetiva contra as DSTs. É mais resistente e durável que o masculino, com a vantagem de poder ser inserido fora do intercurso sexual.

Diafragma
        É um pequeno dispositivo circular, de borracha, com borda firme flexível, que ao ser colocado na vagina forma uma barreira física sob o colo do útero.

Esponjas
        As esponjas são feitas de poliuretano associados com espermaticida. Sua vantagem consiste na facilidade do uso, em poder ser colocada previamente ao intercurso sexual, ao fato de ser descartável e não requerer treinamento para sua aplicação.
        Como os outros métodos de barreira as esponjas podem ß transmissão de DSTs. Desvantagens: custo Ý e a dificuldade para sua aquisição (importado). Contra-indicações, colaterais e complicações: mesmas do diafragma.

Espermaticida
        São substâncias que, colocadas no fundo da vagina têm ação de barreira por inativação dos SPTZ. Uma série de substâncias têm sido usadas, como: nonoxinol-9, octocinol e menfegol. Considera-se que os espermaticidas não oferecem proteção contraceptiva adequada, caso usados isoladamente. O mais recomendável é o uso do espermaticida associado ao diafragma ou condom, a fim de Ý eficácia isolada de cada um deles.

Conclusões

 
Anticoncepcional Hormonal Combinado Oral
        Nos últimos anos, novos hormônios e ß quantidade dos esteróides deram uma feição nova aos ACHOs. Desta forma, os preparados mais modernos são altamente seguros.

Conceito
        Existem 3 formas de combinação do estrogênio com o progestogênio. A mais usada, monofásica, é a associação contínua e na mesma dose em todas as pílulas. As outras, combinadas bifásica e trifásica, apresentam variações na dosagem dos esteróides ao longo do ciclo, tentando mimetizar a esteroidogênese ovariana.

Aspectos Farmacológicos
O estrogênio usado é o etinilestradiol. Em altas doses, Ý risco de tromboembolismo.
Uma vez que alguns progestogênios apresentam maior atividade androgênica e que este efeito causa alterações no metabolismo lipídico, a escolha deve recair nos compostos com ß androgenicidade.
Os ACHOs inibem ovulação através do bloqueio da liberação de gonadotrofinas pela hipófise. Além disso, modificam o muco cervical tornando-o hostil à espermomigração, alteram o endométrio, modificam a contratilidade das tubas interferindo no transporte ovular e alteram a resposta ovariana às gonadotrofinas.

Efeitos Metabólicos
        O risco de tromboembolismo com a utilização de ß doses de etinilestradiol é igual ao da população não usuária. Não ocorre Ý incidência de AVC e doença coronária em usuárias que não apresentem outros fatores de risco como: fumo, obesidade, HAS, hiperlipidemia e DM. Isto porque os progestogênios modernos são altamente seletivos, com pouca afinidade por receptores androgênicos e quase sem efeitos adversos sobre o metabolismo de carboidratos e perfil lipídico.
        Os ACHOs podem produzir um Ý reversível da PA. As mulheres com maior risco para este Ý são as mais idosas e aquelas com Hx familiar ou pessoal (ex.: Hx de DHEG). Parece que este efeito seja resultado da atividade mineralocorticóide do progestogênio. Acredita-se que formulações que contenham progestogênios com atividade antimineralocorticóide como o gestodeno, tenham efeito relativamente menor.
        A idade e o fumo são fatores de risco nas usuárias. A mortalidade é mínima entre as usuárias ß 35 anos e entre as não fumantes de 35-44 anos. Há interação importante entre o fumo e a pílula, criando risco muito mais alto. Portanto, a usuária de pílula, Ý 35 anos não pode fumar. Na mulher HAS ou com outros fatores de risco para doença cardiovascular como obesidade, DM e hiperlipidemia, a combinação fumo-pílula Ý muito o risco para a moléstia cardiovascular.
        Os ACHOs de última geração não afetam o metabolismo lipídico uma vez que os progestogênios hoje utilizados são de ß androgenicidade e por isso apresentam pouca repercussão sobre o LDL e HDL. Sabe-se que o estrogênio ß o colesterol e a lipoproteína de baixa densidade, pode Ý triglicerídeos e Ý lipoproteína de alta densidade, sendo benéfico em termos de proteção cardiovascular.

Relação com Neoplasias
        As pílulas podem ß incidência de câncer de ovário, uma vez que determinam a inibição da ovulação, assim como ß risco de carcinoma de endométrio em até 60%, em virtude do efeito protetor do progestogênio no endométrio.
        A maioria dos estudos, demonstra que os ACHOs não guardam relação com o Ý incidência do carcinoma de mama.
        A respeito do câncer do colo uterino, os ACHOs por serem muito eficazes em evitar a gestação, permitem que as mulheres apresentem fatores de risco como o início precoce da atividade sexual, freqüência Ý de coito em mulheres jovens e múltiplos parceiros.

Interações Medicamentosas
        Usuárias de ACHOs e que recebem outras drogas podem apresentar a ocorrência de interações medicamentosas que levam à ß efeito anticoncepcional ou à ß ação terapêutica do outro medicamento. ATBs (rifampicina, ampicilina, tetraciclina), anticonvulsivantes (carbamazepina, barbitúricos, hidantoína) e anti-histamínicos ß eficácia dos ACHOs.
Contra-Indicações

Situações nas quais as usuárias devem receber uma supervisão médica mais cuidadosa:

Efeitos Benéficos

Conclusão
        A última geração de ACHOs disponível não é apenas altamente efetiva, mas também segura para mulheres sadias ß 35 anos bem como, para mulheres de mais idade sem doenças ou fatores de risco como: fumo; obesidade; DM; hiperlipidemia; HAS, doenças tromboembólicas e cardiovasculares. Nos dias atuais pode-se recomendar a pílula para mulheres sadias e não fumantes até os 50 anos.
Injetável Mensal
        Os injetáveis mensais são aplicados IM, com aplicações ulteriores a cada 30 dias. Os estrogênios foram associados ao progestogênio para ß alterações do padrão menstrual. Os estrogênios naturais, são de ação curta, porém com níveis séricos diferentes. Por este motivo, não determinam hiperplasia endometrial. Paradoxalmente, com a ß dos seus níveis, descama a camada superficial do endométrio, surgindo o fluxo sangüíneo.
        A ação anticonceptiva reside no efeito do progestogênio sobre o eixo neuroendócrino inibindo a ovulação, pelo bloqueio do pico do LH, que permanece em seus níveis basais. Secundariamente são observadas atividades sobre o muco cervical, endométrio e peristalse tubária, ampliando seu potencial anticonceptivo. Com esse elenco de ações, o injetável mensal combinado oferece quase 100% de eficácia na inibição da ovulação e do risco de gravidez.

Vantagens

Desvantagens

Contra-Indicações

Injetável Trimestral
        A anticoncepção injetável trimestral é realizada com o uso do acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMP-D). Uma só injeção oferece anticoncepção altamente eficaz durante 3 meses. Por conter apenas o componente progestogênico, o método não tem várias das contra-indicações atribuídas ao estrogênio sintético. Este padrão possibilita uma proteção quase completa por 2 semanas além da data em que se deveria aplicar a nova injeção. Não existe efeito cumulativo após várias injeções.

Mecanismo de Ação

Eficácia e Continuidade
        Sua eficácia prática é igual à teórica, com taxas de falha muito baixas. Os distúrbios menstruais são os principais responsáveis pela descontinuidade do método.

Indicações
O AMP-D somente deve ser usado, não havendo outro método disponível:

O AMP-D não pode ser usado nas seguintes condições:

Vantagens
        Muito eficaz; seguro; fácil de usar; não requer rotina diária; ação prolongada; reversível (com demora); independente do coito; privacidade; pode ser usado durante a lactação; amenorréia; não possui interação medicamentosa.

Desvantagens
        Irregularidade menstrual; amenorréia; não proporciona proteção contra DSTs; demora no retorno da fertilidade; em caso de efeitos colaterais, não pode ser retirado.

Efeitos Colaterais

Aspectos Relevantes do uso do AMP-D

Implantes
        Alguns métodos modernos apresentam a mesma eficácia que a própria ligadura (modernos DIUs, injetáveis mensais e os trimestrais).

Definição e Descrição
        Os implantes contraceptivos são constituídos de silicone com hormônio no seu interior, que é liberado continuamente para a corrente sangüínea, proporcionando o efeito contraceptivo. O mais popular de todos contém o progestogênio. Foi demonstrado que o implante inibe a ovulação por, pelo menos, 6 meses e que seu uso poderia ser estendido às mulheres que estão amamentando, já que, mesmo passando a substância para o leite materno, a sua absorção seria praticamente desprezível para o lactente. A grande maioria das mulheres (83%) tem amenorréia nos primeiros 6 meses de uso.

Inserção dos Implantes
        A inserção dos implantes é feita no subcutâneo da face interna do braço, a 4 dedos acima da prega do cotovelo.

Mecanismo de Ação
        O levonorgestrel é liberado continuamente das cápsulas até completar o seu período total, 5 anos. A anticoncepção é conseguida graças à associação de anovulação com o efeito progestogênico inibindo a produção de muco cervical e alterando o endométrio.

Seleção das Pacientes e Orientação
        As contra-indicações para uso dos implantes são as mesmas que aquelas para o uso dos contraceptivos hormonais orais contendo apenas progestogênio. Vantagens:

As desvantagens que estão associadas ao uso de implantes contraceptivos são:

Alterações do Ciclo Menstrual - Muitas mulheres experimentam um Ý número de dias de sangramento leve. Algumas se tornam amenorréicas, especialmente durante o 1º ano de uso, e algumas apresentam um Ý número de dias de sangramento mais forte.

  • Ganho de Peso - a média de Ý peso durante os 5 anos de uso é de 2-3kg.
  • Sensibilidade Mamária - poucas vezes acompanhada de dor intensa.
  • Interação com Medicamentos - Os anticonvulsivantes, com exceção do ácido valpróico, ß significativamente a ação contraceptiva dos implantes. Outros medicamentos: rifampicina, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, fenilbutazona.
  • ß Densidade Óssea - Os progestagênios de ação prolongada podem correlacionar-se à ß densidade óssea, tanto em mulheres magras quanto nas mais gordas, de caráter reversível.
  • Dificuldade de Remoção - O procedimento de retirada dos implantes é uma cirurgia mínima.
  • Infecção no Local dos Implantes - embora muito rara, pode levar à expulsão ou à necessidade de remoção dos implantes.
  • Cistos Ovarianos - Como a inibição do eixo neuroendócrino que controla o sistema reprodutivo é menos pronunciada do que a causada pelos ACHOs, especialmente quanto à supressão da secreção do FSH, a ocorrência de cistos ovarianos deve ser considerada.

        Os efeitos colaterais produzidos pelos implantes são muito pouco freqüentes. O mais comum é a cefaléia (16-18%), seguem-se nervosismo, sensibilidade mamária, vertigens, náuseas, dermatite, acne, Ý peso, galactorréia e crescimento de pelos ou perda de cabelo.

Dispositivo Intra-Uterino
        Apresenta grande eficácia, ausência de efeitos metabólicos sistêmicos e Ý taxa de continuidade.

Mecanismo de Ação
        O DIU exerce seu efeito anti-fertilidade de forma variada e pode interferir no processo reprodutivo antes mesmo do ovo atingir cavidade uterina. O DIU atua sobre os óvulos e os SPTZs de várias maneiras:

Tipos de DIU e Eficácia
        O TCu 380A já foi liberado para uso durante 10 anos e a previsão é que tenha maior durabilidade. Seu índice de falha é ß 1 por 100 mulheres/ano. Outro DIU existente no mercado é o DIU liberador de progesterona (alto custo e durabilidade de apenas 1 ano). Sua eficácia é de 95 por 100 mulheres/ano, sendo o único DIU que ß perda sangüínea menstrual. Para substitui-lo, surgiu o DIU de levonorgestrel (LNG-20), com duração de 5 anos e de elevada eficácia.
        Em geral, os DIUs de Cu de 2° geração são mais eficazes e produzem menos efeitos colaterais que os de 1° geração. As taxas de gravidez oscilam entre 0,5-0,7 por 100 mulheres/ano, são menores que as taxas obtidas com os ACHOs e comparáveis aos implantes e injetáveis.

Critérios da OMS para uso dos DIUs
Contra-indicações absolutas.

O seu uso pode apresentar alguns riscos, que habitualmente superam os benefícios.

O método pode apresentar alguns riscos, sendo no geral, menores que os benefícios.

Uso sem Restrições.

Inserção
        A inserção pode ser conduzida em qualquer período do ciclo menstrual, preferivelmente durante a menstruação. Facilitada pelo amolecimento cervical, o sangramento é mais tolerável e a possibilidade de gravidez é muito menor.
Complicações da Inserção

Intercorrências Durante o uso do DIU

Ligadura Tubária
        Ligadura tubária constitui método permanente de contracepção, realizado através da obstrução do lúmen tubário, impedindo o transporte e a união dos gametas. Independente da técnica ser utilizada recomenda-se o 1/3 proximal da tuba (istmo) como o local ideal para ligadura.

Falha Contraceptiva
        Embora sua eficácia teórica seja de 100%, na prática é observado falha de 0,3 gestações para cada 100 mulheres/ ano. As falhas podem ser classificadas em:

        As eventuais alterações menstruais ou dor após a ligadura parecem ser devidas muito mais à suspensão do método previamente utilizado (DIU ou ACHOs) que regularizava os ciclos anteriormente irregulares.

Vasectomia
Consiste em: secção e/ou oclusão do canal deferente, sendo seguro, eficaz e de fácil execução.

        É um método contraceptivo permanente. Uma vez estabelecida azoospermia, a vasectomia oferece uma grande segurança contraceptiva, com falha de apenas 0,1-0,15 por 100 homens/ano. A recanalização espontânea é rara.

Repercussões Sistêmicas
Pacientes que realizaram a vasectomia não demonstram Ý incidência de:

Anticoncepção de Emergência
Indicações

Mecanismo de Ação
        A anticoncepção de emergência envolve uma ou mais fases do processo reprodutivo, interferindo na ovulação, espermomigração, transporte e nutrição do ovo, fertilização, função lútea e implantação.
        Em condições normais, a fertilização ocorre na ampola até 72h após o intercurso sexual. Ocorrendo condições favoráveis à implantação do blastocisto (após 3 dias de ovo-transporte), esta ocorrerá no 6o dia do período pós-ovulatório.

Procedimentos
        Os ACHOs, usados em doses elevadas, constituem a melhor opção na ausência de contra-indicação ao seu uso. O "Regime de Yuzpe", que consiste na tomada de 100m g de etinilestradiol + 500m g de levonorgestrel, em 2 doses com intervalo de 12h, é o mais adequado e com alta eficácia.
        Apesar das contra-indicações comuns dos ACHOs, o regime de Yuzpe é indicado, levando-se em consideração que pior seria uma gravidez indesejada. Deve ser procedimento de exceção, pois a habitualidade pode estabelecer severos agravos às usuárias. A eficácia é tanto maior quanto mais precoce for o uso do esquema.

Eficácia
        O risco de gravidez para cada relação sexual não protegida varia de O-30%. Este risco é maior nos 3 dias que antecedem a ovulação, no dia da ovulação e no 1o dia subsequente à ovulação. A análise estudos sobre anticoncepção de emergência, com uso de ACHOs em dose aguda, aponta para uma ß incidência de gravidez de 75% sobre o risco calculado. Portanto, as taxas de falha variam de 0.03-0.3%.

Efeitos Colaterais
        As náuseas e vômitos são os efeitos mais comuns do regime de Yuzpe. É necessário orientar quanto à possibilidade de uso de dose adicional em caso de vômitos. A anticoncepção de emergência com hormônios pode provocar antecipação do fluxo menstrual, sendo comuns as alterações no padrão de sangramento. Em caso de atraso menstrual, ou persistência de sangramento anormal, deve ser afastada a possibilidade de gravidez.
Conclusões
A anticoncepção de emergência constitui uma alternativa de caráter excepcional.
Anticoncepção na Adolescência
        A atividade sexual na adolescente, geralmente exercida sem a devida responsabilidade, Ý freqüência de alguns problemas, como: gravidez não planejada, abortamentos induzidos, DSTs, AIDS e câncer do colo uterino.

Métodos Comportamentais

Conclusões

Anticoncepção na Lactação
        Quando a mulher amamenta, o retorno da menstruação é deferido por tempo imprevisível, podendo chegar a 2 anos. Não significa entretanto, que o fato de tornar-se amenorréica, durante período tão longo, a ovulação não retorne antes disso. Nas lactantes, a ovulação não ocorrerá antes dos 50 dias de pós-parto, não se justificando iniciar a anticoncepção antes deste prazo. A lactação deve sempre ter prioridade e o método anticoncepcional não deve interferir neste processo.
Métodos Apropriados Durante a Lactação
Primeira Escolha

Segunda Escolha

Terceira Escolha

Conclusões
        Os serviços devem priorizar a programação do aleitamento materno, principalmente em mulheres que não aceitam o aleitamento como método anticoncepcional, para que elas nunca se utilizem dos que possam interferir negativamente na amamentação.
Anticoncepção no Climatério
        O climatério compreende um período da vida biológica feminina que marca a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo. A fase inicial ou precoce do climatério não tem limites bem definidos, admitindo-se no entanto iniciar-se aos 35 anos.
        Observa-se neste período uma ß da fertilidade do casal. Existe um Ý de ciclos anovulatórios, uma ß da fertilidade masculina e uma ß da freqüência das relações sexuais. Estes motivos explicam a maior eficácia de todos os métodos anticoncepcionais nesta faixa etária.
        A anticoncepção na perimenopausa reveste-se de importância fundamental, pois uma gravidez pode Ý o risco de mortalidade materna e de MFC fetais. Existe de outra parte a preocupação com eventuais riscos que os métodos anticoncepcionais possam acarretar ao organismo feminino neste período da vida.
        A anticoncepção deve ser mantida no climatério enquanto existe função folicular e possibilidade de ovulação. A presença de sintomas de hipoestrogenismo e/ou principalmente níveis plasmáticos Ý de FSH podem atestar a falência ovárica, devendo-se interromper a anticoncepção quando ocorrer amenorréia de pelo menos 12 meses.

Anticoncepção em Situações Especiais Doenças Endócrinas
Diabete Melito
        Na vigência de complicações, deve ser muito bem estudado o risco de uma gravidez. Por exemplo, HAS e neuropatia DM podem afetar negativamente a gravidez e a gestação pode piorar uma retinopatia pré-proliferativa ou proliferativa.
        Um ponto a ser discutido com a mulher DM e a sua família é a incidência Ý de problemas fetais. Incluindo: abortamentos espontâneos, prematuridade, óbito intra-uterino, morbidade neonatal e MFCs. Do mesmo modo, há maior incidência de HAS na gestação, ITU, CST e infecção pós-parto/ pós-CST.
        Existe uma relação entre a falta de controle metabólico da mulher DM e a ocorrência de MFCs fetais. A mulher DM não deve engravidar até ter sua glicemia controlada. Vários estudos evidenciaram que níveis elevados da glicemia e/ou da Hb glicosilada (HgAlc) durante o período da organogênese (2 -8 semanas) resultam em MFCs. Desde que seja estabelecido um adequado controle metabólico antes da gravidez, o risco de MFCs torna-se similar ao dos filhos das mulheres não DM.

Anticoncepção

        Em mulheres que haviam apresentado diabete gestacional, a utilização dos contraceptivos hormonais orais de baixa dose, não acarretou alterações duradouras no metabolismo dos carboidratos.
        Os estudos publicados mostram que o contraceptivo hormonal oral combinado de baixa dose pode ser utilizado por mulheres diabéticas insulino-dependentes. Para tanto, faz-se necessário uma adequada monitorização metabólica e eventualmente ajustar a dose de insulina.
        O diabete melito deve ser considerado como contra-indicação relativa para o uso do contraceptivo hormonal, na dependência de cada paciente. Diabéticas bem controladas, não tabagistas e menores de 35 anos de idade podem ser candidatas ao uso do mesmo, enquanto que as mulheres com doença mais avançada, com complicações vasculares, devem usar outro tipo de anticoncepcional. Recomenda-se monitorização diária da glicemia de jejum pelo menos nas primeiras semanas de uso da pílula, e, após seis meses dosar a hemoglobina glicosilada, a lipidemia e semestralmente a glicemia de jejum e o GTT. Em recente estudo, mulheres diabéticas insulino-dependentes usuárias de pílulas contendo progestogênios de última geração, durante um ano, não apresentaram alteração nem do controle glicometabólico nem nós níveis sangüíneos das lipoproteínas conhecidas que são associadas à arteriosclerose.

Dispositivo Intra-uterino
        Comparando o uso do DIU de cobre por mulheres diabéticas insulino-dependentes com mulheres não diabéticas, pesquisas mostraram não haver nenhuma diferença nas taxas de continuação e de remoção devido a infecção.
        A utilização dos modernos DIUs de cobre por mulheres diabéticas insulino-dependentes, não evidenciou nenhuma diferença nas taxas de continuação e nas taxas de remoção devido a gravidez.
        De acordo com o Comitê de Avaliação de Métodos Anticoncepcionais da OMS, o uso do DIU em mulheres diabéticas, enquadra-se na categoria 1 - uso sem restrições.

Contracepção Cirúrgica Voluntária
        Especificamente, no caso das mulheres diabéticas, quando elas já tiveram o número de filhos desejados ou quando a gravidez é contra-indicada, a ligadura pode ser uma excelente opção.
        Recomenda-se realizar todo procedimento cirúrgico em diabéticas insulino-dependentes o mais cedo possível no período da manha. Antes da cirurgia recomenda-se administrar a metade da dose de insulina usual da manhã. Não sendo possível, quando realizado à tarde, as mulheres devem ser mantidas bem hidratadas e com monitorização glicêmica.
        A vasectomia, em casais com prole definida, tem a sua indicação idêntica àquela de casais sem doença. Em se tratando de cônjuges jovens, onde existe contra-indicação à nova gravidez devido ao diabetes na mulher, a opção melhor será a ligadura tubária ao invés da Vasectomia.
Fisiologia Ovariana
        A gônada feminina sofre profundas alterações desde a vida embrionária até a menopausa. Na 5º semana, as células germinativas primordiais migram do saco vitelino até a crista gonadal. As divisões mitóticas cessam na 7º semana de vida embrionária, quando a população total de células germinativas já está definida, passando a serem denominadas oócitos. Essas células permanecem em estágio de prófase da 1º divisão meiótica, cujo processo pode perdurar até a proximidade da menopausa.
        O subseqüente declínio na população de oócitos é decorrente de 2 mecanismos: ovulação e atresia folicular.
        O número máximo de células germinativas no ovário fetal, alcançado na 20a semana, tem sido estimado entre 6 e 7 milhões, declinando rapidamente para 2 milhões de oócitos por ocasião do nascimento.
        Até a menarca, o fenômeno de atresia diminui ainda mais essa população, fazendo com que a mulher inicie a sua vida reprodutiva com 400.000 oócitos.
        O oócito primário detido no estágio de prófase da 1º divisão meiótica completará a sua evolução graças ao pico de LH pré-ovulatório, quando se verifica a extrusão do primeiro corpúsculo polar, e assim alcança o estágio de metáfase.

Fase Folicular
Na fase folicular destacam-se três eventos.
1. Recrutamento
        Esse termo caracteriza a gonadotrofina-dependência do folículo (fase de crescimento rápido). O recrutamento começa ao final da fase lútea do ciclo prévio. O mecanismo é pouco conhecido, mas depende basicamente da atuação de fenômenos parácrinos no parênquima ovariano.

2. Seleção
        Indica a redução final do tamanho da coorte no processo ovulatório, levando um grande número de folículos à atresia. E a culminação do recrutamento e o momento no qual a influência de um foIículo único condiciona um ambiente onde somente ele poderá amadurecer e atingir a postura ovular.

3. Dominância
        É o intervalo de crescimento que sucede a seleção e precede a postura ovular. O folículo que mais rapidamente adquire aromatase e receptores FSH torna-se dominante. O eixo hipotálamo-hipofisário requer níveis de 200pg/ml de l7b -estradiol, por um período mínimo de 36h, para descarregar um pico de LH suficientemente capaz de detonar a postura do óvulo.

Postura Ovular
        O mais significativo marcador é o pico de LH que é precedido de um aumento acelerado de estradiol sérico. A ovulação ocorre 10-12h após o pico, e 36h após o início da onda de LH.
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Esse evento garante o prosseguimento da meiose, com a extrusão do 1º corpúsculo polar, tornando o oócito apto a ser fertilizado.

Fase Lútea
        A função do corpo lúteo depende, fundamentalmente do desenvolvimento adequado das células da teca e da granulosa durante a fase folicular.
        Essa estrutura endócrina é necessária para manter a gestação, até que a placenta adquira competência para secretar quantidade adequada de progesterona. Estudos utilizando o modelo de receptora em programa de doação de oócitos confirmaram a 8º semana de gravidez como a fase de transição da dominância entre o corpo lúteo e a placenta, na secreção de progesterona.

Anovulação
        Os distúrbios da ovulação podem ser conseqüência do comprometimento anatômico ou funcional do eixo hipotalámico-hipofisário-ovariano, associado a distúrbios de glândulas anexas (tireóide e adrenais) ou a alterações do meio ambiente interno ou externo.
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Abortamento

 Ameaça de Abortamento

 Tipos de Abortamento

 Aborto Retido

 Aborto Séptico

 Incompetência Istmocervical

Doenças da Mama
Fibroadenoma de Mama, Alteração Fibrocística, Papiloma Intraductal, Descarga Mamilar, Ginecomastia, Telarca Precoce e Hipertrofia Mamária no RN

Fibroadenoma

      1. UERJ – Paciente de 25 anos, com nódulo endurecido e móvel no QSE da mama direita. Não há linfadenopatias locorregionais. US: lesão sólida de 1,5cm. PAAF: elementos glandulares e mesenquimatosos, sem células malignas, compatível com fibroadenoma. Conduta: pode-se retirar a lesão sem margens ou deixar a lesão tendo conduta expectante.
      2. FESP – Mulher, 38 anos, com caroço no seio, percebido há 1 ano. Exame: nódulo de 2,5cm de diâmetro na mama esquerda, com limites nítidos, forma arredondada, consistência firme e ampla mobilidade. Dx: fibroadenoma.
      3. Fibroadenoma: são tumores benignos; podem ser bilaterais; podem ser múltiplos; são mais freqüentes em negras; apresentam baixo risco de malignização.
      4. FESP – O achado de tumor impalpável com macrocalcificações grosseiras e esboços de formação nodular isodensa na mamografia de mulher de 60 anos sugere: fibroadenoma calcificado.

Alteração Fibrocística

      1. FESP - A cirurgia de espessamento mamário dominante, clinicamente displásico (alteração fibrocística), tem exclusivamente finalidade: Dx (toda cirurgia para AFBM deve ser conservadora, pois sua única finalidade é Dx).
      2. Situação de risco para displasia mamária benigna: menopausa tardia.
      3. Todo nódulo de mama deve ser investigado.

Papiloma

      1. Paciente de 41 anos com descarga papilar serossanguinolenta em ducto único de mama direita, sem tumor palpável. Mamografia: ausência de imagem suspeita, CO da descarga papilar: ausência de células malignas. Conduta: ressecção do ducto (Dx: papiloma intraductal).

Descarga Mamilar

      1. USP – Em relação à descarga mamilar,o aspecto mais freqüentemente associado a neoplasia maligna da mama é: água de rocha.
      2. Causa mais freqüente de derrame papilar sanguinolento: papiloma único.

Ginecomastia

      1. Cecil - Causas de ginecomastia: trauma torácico localizado; cirrose hepática; carcinoma testicular; tumores de células de Leydig dos testículos.

Hipertrofia Mamária do RN e Telarca Precoce

      1. Conduta para hipertrofia mamária do RN: observação.
      2. TEP - Durante uma consulta detecta-se Ý volume mamário bilateral em menina de 3 anos. Segundo a mãe, isto começou há 4 meses. Exame físico: s.p. Condição mais freqüentemente associada ao caso descrito: telarca prematura (Telarca precoce é o surgimento de tecido mamário uni ou bilateral. Ocorre em meninas de 1-4 anos, sendo desprovido de significado patológico. É preciso ser diferenciado da hiperplasia mamária fisiológica dos primeiros dias de vida e do desenvolvimento mamário passageiro observado entre 6-8 meses. Nesses casos, a regressão é espontânea e completa. O diâmetro mamário não atinge 5cm).

Doenças Benignas da Mama

Distúrbios da Diferenciação Sexual e Hipogonadismo
Sd. Testículos Feminilizantes (Morris), Sd. Rokitanski, Sd. Turner, Amenorréia, Hermafroditismo, Pseudo-hermafroditismo

Síndrome do Testículo feminilizantes (Morris)

      1. Sd. Morris: a não-masculinização dessas pessoas é produto de uma resistência à ação da testosterona ao nível celular, nas pregas labioescrotais e urogenitais.
      2. Paciente de 18 anos, com amenorréia primária. Exame: altura: 1,65m; P: 56kg; ausência de pêlos pubianos e axilares; mamas no estágio II de Tanner (desde os 14 anos); agenesia de útero e vagina. Dx: Sd. Morris.
      3. Cecil - Mulher, 20 anos, em amenorréia primária. Exame físico: normal. Exame pélvico: vagina curta sem colo do útero. Achados: (1) Testosterona: 990mg/dl (N: ß 100); (2) estradiol 100pg/dl (N: 75-250); (3) ausência de útero ao US; (4) cariótipo 46, XY (Dx: Sd. Testículos feminilizantes. Estes pacientes são pseudo-hermafroditas masculinos que geneticamente são homens e fenotipicamente são mulheres; devido à ausência do receptor para testosterona. Os níveis de testosterona são atípicos, na faixa masculina alta-normal ou muito alta. Os estrogênios estão na faixa feminina baixa-normal).
      4. TEGO - Paciente de 21 anos, com amenorréia primária e vida sexual normal. US: ausência de útero. Cariótipo: 46XY. Dx: Sd. Morris.

Síndrome de Rokitanski

      1. FESP – A amenorréia primária e a incapacidade para ter relações sexuais estão associadas à: Sd. rokitanski.
      2. Principal Dx diferencial nos casos de suspeita de Sd. Rokitanski: Sd. Morris.

Síndrome de Turner

      1. Insuficiência genital, pescoço alado, cúbito valgo, cariótipo 45, X0. Dx: Sd. Turner.
      2. TEP - Pré-escolar, 6 anos, feminina, com baixa estatura. Nasceu a termo, P: 2.500g, estatura: 47cm. Condições socioeconômicas adequadas. Hx patológica: s.p. Nos últimos ano cresceu 3,5cm; Rx crânio: s.p.; idade óssea: 4 anos. Peso: percentil 10; altura: percentil 2,5; SS +/6 em borda esternal esquerda sem irradiação. A investigação inicial deve incluir necessariamente: cariótipo (Dx: Sd. Turner).
      3. TEP - RN com pulsos femorais impalpáveis (10-20% tem coarctação de aorta) e edema de pés bilateral (30%), o exame imprescindível é: cariótipo (Dx: Sd. Turner e coarctação de aorta).
      4. Cecil - Estudante, 19 anos, em amenorréia primária com baixa estatura, desenvolvimento mínimo das mamas, pêlos púbicos e axilares escassos, pescoço alado: São características desta Sd. exceto: cariótipo 45 X0; orelhas de implantação baixa; coarctação da aorta; 2º metacarpos curtos (não é o 2º, é o 4º metacarpo); cílios duplos.
      5. TEGO - Característica da Sd. Turner: cúbito valgo; orelhas de implantação baixa; implantação baixa de cabelos.

Amenorréia Primária e Secundária

      1. FESP – A prova da progesterona (+), em pacientes com amenorréias primárias ou secundárias, caracteriza-se como: normogonádicas (SOP, p. ex.).
      2. Amenorréia primária que responde a terapêutica estrogênica e progestagênica com menstruações normais. Dx: amenorréia primária de causa ovariana.
      3. FESP - Jovem, 22 anos, magra, com amenorréia há 1 ano. Após alguns exames e testes, seu médico receitou estrogênios e progestágenos seqüenciais. 5 dias após o tratamento, tendo ocorrido sangramento transvaginal, seu médico concluiu estar diante de um quadro de: hipogonadismo.
      4. Paciente com amenorréia secundária e estrógeno ß . Se houver um hipergonadotrofismo poderemos estar diante de: menopausa precoce.
      5. SC – No período perimenopausa pode-se observar: ß estradiol; encurtamento da fase folicular; Ý gonadotrofinas (FSH e LH); irregularidade menstrual.
      6. TEP, SC - Adolescente, 13 anos, menarca há 2 anos e está em amenorréia há 3 meses. Dx: gravidez (Irregularidades menstruais são muito comuns durante 1 ano e meio após a menarca, devido a ciclos anovulatórios e a imaturidade do eixo. Após este período deve-se pensar em gravidez como 1º causa de amenorréia).

Hermafroditismo e Pseudo-Hermafroditismo

      1. TEP - Num RN com genitália ambígua, deve-se solicitar: cromatina e cariótipo; dosagem de 17-OH progesterona e eletrólitos; US abdominal e pélvica.
      2. No pseudo-hermafroditismo masculino (forma completa) os caracteres sexuais secundários são femininos e encontramos cromatina sexual (-) (Dx: Sd. Morris).
      3. Na maioria dos casos de hermafroditismo verdadeiro (gônadas masculina e feminina presentes) o cariótipo é feminino.
      4. FESP – Hermafroditismo verdadeiro é produzido por: anomalias cromossômicas.

Síndrome dos Ovários Policísticos

      1. Na fisiopatologia da SOP, a ß globulina ligada ao hormônio sexual (SHBG) causa: Ý testosterona livre.
      2. Androstenediona (andrógeno que está alterado na SOP) é convertida no TCSC em: estrona (pela aromatase).
      3. Paciente em amenorréia por SOP apresenta endométrio: proliferativo (não ocorre a 2o metade do ciclo); seu tipo ovulatório é: anovulatório.
      4. No ciclo menstrual monofásico podem ser encontrados endométrio do tipo: proliferativo, hiperplásico simples, atrófico, hiperplásico complexo (não é encontrado endométrio secretor).
      5. São relacionados a SOP: hiperinsulinemia, hirsutismo, anovulação e amenorréia.
      6. Aspectos clínicos da SOP: anovulia, obesidade, hiperandrogenismo, oligomenorréia.
      7. SOP: hirsutismo; obesidade e anovulação.
      8. UFF – Acne, hirsutismo, obesidade, são achados comuns na: SOP.
      9. Paciente virgem, suspeita de SOP, toque retal não permite conclusão devido à obesidade, o recurso propedêutico para esclarecer as formas e dimensões dos ovários é: US pélvico (a melhor forma para se verificar a forma e as dimensões dos ovários é a US pélvica).
      10. Métodos adequados para Dx de SOP: US pélvica e laparoscopia.
      11. Paciente de 17 anos com SOP. Conduta: observação.
      12. O ovário policístico pode estar presente nas seguintes condições clínicas: hiperplasia adrenal congênita por defeito da 21-hidroxilase; Sd. Stein-Lewenthal; prolactinomas.

Puberdade Precoce

      1. Cecil - Menina, 4 anos, com desenvolvimento precoce de mama, crescimento de pêlo púbico e pequeno volume de sangramento vaginal. RM: sela normal com tumor supra-selar. Avaliação: (1) Este tumor está produzindo hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) e o faz de forma pulsátil que não está sob influência inibitória normal da pré-puberdade; (2) É provável que a lesão seja um tumor hipotalâmico conhecido como hamartoma; (3) Neste caso a terapia ideal para a puberdade precoce seria a utilização do agonista GnRH para ß receptores hipofisários de gonadotrofina, suprimindo o crescimento ósseo; (4) Os hamartomas do hipotálamo também foram associados à acromegalia, através da produção do hormônio liberador do hormônio do crescimento (GNRH), e a Sd. Cushing, através da produção do hormônio liberador de corticotropina. (Cerca de 1/3 das crianças com puberdade precoce tem hamartomas. Esse são tumores que podem secretar GnRH de maneira pulsátil no início da vida, levando ao desenvolvimento de puberdade precoce. Embora a terapia específica visando o hamartoma seja desnecessária devido à sua evolução benigna, a terapia para a puberdade precoce é importante por motivos psicológicos, prevenção da fusão das epífises e da parada do crescimento).
      2. Criança, 6 anos, com aparecimento de pêlos pubianos. Dx: puberdade precoce, adrenarca precoce, tumores virilizantes.
      3. Cecil - Sd. McCune-Albright: displasia fibrosa poliostótica; manchas café-com-leite; mutações na subunidade a da proteína Gs; endocrinopatias incluindo puberdade precoce; hipertireoidismo e acromegalia (A Sd. McCune-Albright pode estar associada a puberdade precoce e é independente da gonadotrofinas).
      4. SC – Menina, 5 anos, que apresenta telarca, requer propedêutica especializada, como: Rx de mãos, punhos e sela turca; dosagens de estrogênio e hormônio luteinizante.

Síndrome de Kalmann

      1. Cecil - Homem, 19 anos, com imaturidade sexual. Possui pouquíssimos pêlos axilares, apresentou fenda palatina, ß olfato. Exame: grande extensão do braço (desproporcional a sua altura), a extensão entre o púbis e o pé é maior que a extensão entre a cabeça e o púbis. Seu pênis é extremamente pequeno e os testículos estão na pré-puberdade. Deve ser encontrado nesta Sd.: (1) herança autossômica recessiva; (2) LH ß e FSH ß ; (3) a maioria dos pacientes com esta Sd. tem anosmia ou hiposmia; (4) Podem ocorrer 4° metacarpo curto (O Dx é Sd. Kalmann, distúrbio congênito caracterizado por hipogonadismo hipogonadotrófico, eunucoidismo e anosmia ou hiposmia. A deficiência gonadotrópica costuma ser causada pela deficiência de hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH). Esta condição pode ocorrer em mulheres embora não seja comum).
      2. Cecil - Sd. Kalmann: anosmia ou hiposmia; cegueira para cores; 4° metacarpo curto (A Sd. Kalmann faz hipogonadismo hipogonadotrófico, com ß testosterona, ß FSH e ß LH. Tipicamente ocorrem distúrbios do paladar; defeitos na linha média, incluindo palato ou lábio em fenda, cegueira para cores, agenesia renal, surdez nervosa; e até mesmo anormalidades esqueléticas como: sindactilia, 4° metacarpo curto e assimetria craniofacial. Os níveis dos outros hormônios da hipófise anterior são normais. Apresentam micropênis e aspermia).

Disgenesias Gonadais

Ovários Policísticos
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Infecções de Vias Aéreas Superiores
Rinofaringite Aguda, Amigdalite, Sinusite

Rinofaringite Aguda

      1. USP – Criança, 1 ano e 6 meses, com rinofaringite aguda viral, que está em BEG, afebril, com tosse há 2 dias, dor de garganta e coriza hialina. Conduta: Ý ingestão hídrica, uso de solução fisiológica nasal e analgésicos.

Amigdalite

      1. TEP - Faixa etária em que mais comumente ocorre a faringite por estreptococos b -hemolíticos do grupo A: 5-15 anos (A incidência de infecção estreptocócica varia com a idade, de acordo com o tipo de infecção. Em geral é menor no lactente, Ý período pré-escolar e alcança o pico antes da adolescência. As faringites são mais comuns em crianças entre 6-12 anos e menores nos pré-escolares: nestes, as infecções de pele são mais comuns).
      2. SC – Os agentes bacterianos que freqüentemente condicionam pontilhado hemorrágico (petéquias) no palato mole são: estreptococos b hemolíticos.

Sinusite

      1. TEP - Na primeira infância, o seio paranasal mais freqüentemente envolvido no processo infeccioso aguda é: etmoidal (Na 1º infância os seios paranasais mais freqüentemente envolvidos no processo infeccioso agudo são os etmoidais. As células etmoidais e o antro maxilar estão presentes desde o nascimento e são usualmente de tamanho suficiente para sitiar uma infecção. Os seios esfenoidais se desenvolvem após os 3 anos e o frontal após os 6 anos de idade).
      2. TEP - A sinusite no lactente acomete mais freqüentemente os seios paranasais: etmoidais e maxilares (Os seios nasais que mais precocemente encontram-se pneumatizados são os maxilares e as células etmoidais, daí estas serem as localizações de sinusite ß 2 anos. A pneumatização dos outros seios paranasais se faz progressivamente, até completar-se os 7 anos, com os seios frontais).
      3. TEP - Os dados clínicos mais observados em crianças com rinossinusopatia, são: tosse noturna e secreção nasal (Os sintomas da sinusite em crianças, sobretudo em pré-escolares, diferem dos encontrados em adultos, em razão da disposição anatômica peculiar dos seios paranasais na infância. Tosse noturna e secreção nasal de curso prolongado, são sinais que devem chamar a atenção para esta possibilidade. A cefaléia frontal é pouco freqüente e muitas vezes não se deve esperar que a criança tenha febre para se pensar em sinusite).
      4. TEP - Paciente de 4 anos, apresenta-se com quadro clínico e Rx de sinusite maxilar bilateral. O principal agente envolvido nesta etiologia é: S. pneumoniae (A exemplo da OMA, o S. pneumoniae é o agente etiológico mais comum em sinusites na infância. Hemófilo não tipável (e não o tipo b) é o 2º na lista de freqüência).
      5. UERJ – Paciente de 44 anos, com TCE, está há 8 dias no CTI sendo submetido a ventilação mecânica e nutrição enteral por SNG. Inicia quadro febril e TC mostra edema cerebral difuso, hematoma subdural pequeno á direita e velamento de seios frontais e maxilares com nível hidroaéreo. Não tem rigidez de nuca e a Rx é normal. Agentes etiológicos: S. pneumoniae e H. influenzae.

Polidrâmnio e Oligodrâmnio
Líquido Amniótico, Âmnio Nodoso

Líquido Amniótico

      1. TEGO - Em relação à dinâmica do LA: a maior fonte de LA na 2º metade da gestação é a urina fetal; a idade gestacional exerce influência significativa sobre o volume de LA; o volume de LA Ý progressivamente durante a gestação até alcançar valores máximos por volta de 36-37 semanas; as variações do volume de LA são determinadas pelas trocas de água e solutos através das membranas, pela produção da urina fetal, além de pulmões e tubo digestivo, entre outros.
      2. O volume de líquido amniótico alcança seu maior valor quando a gestante atinge: o termo (o maior volume é atingido com 38 semanas).
      3. TEGO - A pressão hidrostática do LA é importante no desenvolvimento do: pulmão fetal.

Oligodrâmnio

      1. Oligodrâmnio pode causar hipoplasia pulmonar fetal (a distensão pulmonar fetal é causada pelo líquido amniótico e é indispensável a boa formação dos pulmões).
      2. TEGO - A pressão hidrostática do LA é importante no desenvolvimento do: pulmão fetal.

Polidrâmnio

      1. Polidrâmnio na gestante diabética: pode ser causado pela poliúria fetal.
      2. FESP – A patologia mais freqüentemente associada ao polidrâmnio é: DM.

Âmnio Nodoso

      1. O âmnio nodoso é visto em associação com: agenesia renal.

Complicações Tardias da Gestação
Amniorrexe Prematura, Corioamnionite, Trabalho de Parto Prematuro, Gravidez Prolongada

Amniorrexe Prematura

      1. Amniorrexe prematura: é mais comum na gestação a termo; é causa importante de prematuridade; na maioria das vezes é seguida de parto espontâneo nas primeiras 6h; ß 26 semanas é indicativo de interrupção da gestação; não é a ruptura das membranas ß 36 semanas.
      2. O Dx de amniorrexe prematura é clinico. Não há exame patognomônico.
      3. Amniorrexe prematura: pH Ý 7 (este é o pH do líquido amniótico, o pH da vagina varia entre 3,5–4), presença de cristalização.
      4. GII PI; Ig: 34 semanas; 18 anos; perda de líquido vaginal há 8h; contrações 1 fraca/10min; BCF: 144 (N: 120-160); afebril; apresentação cefálica. A ausência de líquido amniótico ao especular e a presença das membranas à inspeção simples ou com o amnioscópico não afastam o Dx de rotura das membranas. O especular não consegue fazer a diferenciação exata entre líquido amniótico, urina e secreção cervical.

Amniorrexe Prematura - Conduta

      1. G II P I, Ig: 32 semanas, com amniorrexe prematura há 9h, sem febre e fora do trabalho de parto. Conduta: betametasona 12mg/dia por 4 dias e interromper a gestação após 24h da última dose (usa-se corticóides entre 26-34 semanas).
      2. UFF – Paciente com 33 semanas, queixando-se de perda de líquido amniótico por via vaginal. Conduta: exame especular, teste do pH, citologia, pesquisa de infecção (corioamnionite) e avaliar a vitalidade fetal (Não se deve fazer toque na suspeita de amniorrexe).
      3. Gestante de 35 semanas com amniorrexe prematura há 1h. Conduta: indução, caso o trabalho de parto não se instale nas primeiras 24h.
      4. SC – Gestante, Ig: 36 semanas, sem contrações, queixando-se de perda de líquido. O 1° procedimento a ser realizado após a avaliação obstétrica do abdome é: especular.
      5. Primípara, 24 anos, Ig: 36 semanas, com perda de líquido amniótico. Estava apirética, sem metrossístoles, colo: 2cm, CTG: padrão reativo sem desacelerações, US: oligodrâmnio discreto. Conduta: aguardar 12-24h para o início espontâneo do trabalho de parto (entre 34-37 semanas interrompe-se a gestação após 24h, este intervalo de 24h é indicado para aguardar o início espontâneo do parto).
      6. Amniorrexe prematura, 36 semanas, BCF: 140 (N: 120-160). Conduta: interrupção da gestação no máximo em 12-24h.
      7. SC – Gestante de 36 semanas com bolsa rota há 1h, líquido amniótico: claro, apresentação: cefálica encaixada, colo médio centralizado e dilatado para 2cm e BCF: 148 (N: 120-160). Conduta: indução do trabalho de parto.

Corioamnionite

      1. USP - Gestante, 32 semanas, 25 anos, com perda de líquido vaginal há 1 dia. Exame: BEG, corada, hidratada, PA: 120x70, BCF: 160 (N: 120-160); sem contrações; especular: saída moderada com odor fétido; toque: colo grosso, com 1cm. Conduta: iniciar ATBs e induzir o parto (A via preferencial na corioamnionite é a baixa).
      2. SC – Gestante, 34 semanas, com bolsa rota há 48h, febril e com secreção fétida. Conduta: ATBs e ocitócitos (infecção é indicação de ATBs sempre).
      3. Primigesta, 35 semanas, com perda de líquido amniótico há 3h. Exame: PA: 90x60, P: 100, T: 38o, AU: 30cm, cefálico, BCF: 160 (N: 120-160), 1 contração fraca/10min. Colo: 2cm, com saída de secreção fétida. Conduta: conduzir o trabalho de parto e administrar ATBs (Em caso de infecção induz-se o trabalho de parto imediatamente).

Trabalho de Parto Prematuro

      1. Situação de risco para partos prematuros: partos prematuros anteriores.
      2. USP - G II P I, 30 anos, 29 semanas, com dor em baixo ventre. Exame: feto em situação longitudinal, apresentação cefálica, dorso à esquerda; AU: 28cm; BCF: 140 (N: 120-160); contrações: 1 contração fraca/10min; toque: orifício externo pérvio para 1 polpa digital; orifício interno: impérvio. Conduta: manter a gestante em repouso durante 3h e, diante do Ý contrações e mudanças no colo, fazer tocólise (Outra alternativa: fazer hidratação materna durante 1h, se após, persistirem as contrações, introduzir terapêutica tocolítica).
      3. G II PI, 20 anos, 30 semanas, com parto prematuro anterior, encontra-se em trabalho de parto sem causa aparente, BCF: 132 (N: 120-160), rítmico. Apresentação: cefálica. Colo: 2cm. Conduta: deve-se internar a paciente, fazer tocólise e, administrar ATBs profilático.
      4. Substâncias usadas para tocólise: indometacina, AAS (AINHs inibem prostaglandinas), b -simpaticomiméticos (salbutamol, ritodrina, terbutalina, orciprenalina, fenoterol), nifedipina (bloqueador de Ca).
      5. FESP – Substâncias que não inibem a contratilidade uterina: indometacina; salbutamol; nifedipina; ritodrina.
      6. FESP – A corticoterapia antenatal previne a doença da membrana hialina no RN nos casos de parto prematuro. O ideal para indução ou interrupção do parto é realizar: corticoterapia sistêmica por, pelo menos, 24h.
      7. TEGO - O mecanismo pelo qual os corticóides agem na indução da maturidade pulmonar fetal é: regulação bioquímica da produção de lecitina nas células tipo 2 do pulmão fetal.

Gestação Prolongada

      1. USP – Gestante de 25 anos, primigesta, Ig: 40 3/7, com: PA: 110x70; BCF: 140 (N: 120-160); toque: colo impérvio, posterior, grosso. Conduta: avaliação da vitalidade fetal até 42 semanas.
      2. Primigesta, 16 anos, 41 semanas, confirmado por US há 2 semanas, com ß movimentos fetais há 6h. Palpação: posição longitudinal, dorso à esquerda, escava ocupada pelo pólo cefálico, pouco móvel à manobra de Leopold. AU: 36cm, BCF: 110 (N: 120-160), dinâmica ausente. Toque: impérvio, grosso, posterior. Conduta: como a idade gestacional é confiável, deve ser realizado a indução do parto com ocitocina.
      3. Pós-Datatismo: após a data prevista do parto; Serotina: Ý 42 semanas.

Amniorrexe Prematura

 

Contracepção
Anticoncepcionais Hormonais Orais, Anticoncepção de Emergência, Minipílula, Laqueadura, DIU, Preservativos
 Anticoncepcionais Hormonais Orais

      1. Ação dos ACHOs: inibem o pico de gonadotrofinas no meio do ciclo (inibem a ovulação).
      2. ACHOs combinados monofásicos: Devem ser iniciados no 1o dia da menstruação; Os colaterais usuais são causados pela progesterona; A utilização continua, sem intervalos, pode levar a amenorréia; Não existe necessidade de pausa para os ACHOs.

 Anticoncepcionais Hormonais Orais - Indicações

      1. FESP – O método de contracepção indicado para mulheres sadias, não fumantes, ß 35 anos, nas quais a gravidez deve ser decididamente evitada é: ACHOs.
      2. USP - ACHOs combinados tem efeito protetor em relação ao: carcinoma de endométrio.
      3. ACHOs: ß câncer de ovário, ß salpingite, ß gestação ectópica, Ý doença cardiovascular em fumantes Ý 35 anos, Ý carcinoma de mama.
      4. UFF – ACHOs: ß câncer de ovário, ß câncer de endométrio, Ý câncer de mama, ß anemia ferropriva, ß AR.
      5. Os progestágenos sintéticos nos ACHOs alteram o metabolismo lipídico: Ý LDL.

 Anticoncepcionais Hormonais Orais – Contra-Indicações

      1. ACHOs para adolescente sexualmente ativas propiciam maiores índices de falhas pelo seu uso incorreto.
      2. Contra-indicação relativa aos ACHOs: LES (devido aos fenômenos tromboembólicos).
      3. Complicações dos ACHOs: HAS, tromboembolismo, hemorragias.
      4. Contra-indicação absoluta para o uso de ACHOs: neoplasia maligna da mama.

 Anticoncepção de Emergência

      1. SC – A anticoncepção de emergência deve ser feita até 72h após o coito desprotegido com: 2 pílulas combinadas de baixa dose seguidas de mais 2, 12h após.

 Minipílula

      1. UFF – Existem várias medicações hormonais que são usadas na contracepção feminina, entre elas a minipílula, que corresponde a: uma pílula oral somente com progestágenos.

 Laqueadura

      1. Contraceptivo recomendado para mulheres Ý 35 anos, fumante, obesa com Hx de DIP: esterilização tubária.
      2. Após a laqueadura tubária é mais comum a queixa de: dispareunia.

 DIU

      1. FESP – O DIU pode ser uma boa opção para anticoncepção no climatério, não devendo ser usado em casos de: sangramento irregular de etiologia desconhecida.
      2. Contra-indicações ao DIU: mioma submucoso. Aderências intra-uterinas não são.

 Preservativos

      1. Paciente de 35 anos com TEP e irregularidades menstruais. Método contraceptivo mais indicado: barreiras.

 Contra-indicações absolutas aos DIUs

Hemorragias da 2º Metade da Gravidez
Placenta Prévia, Descolamento Prematura da Placenta, Coagulopatias na Gestação, Embolia por Líquido Amniótico

Hemorragias da 2° Metade da Gestação

      1. UFF – A tríade hemorrágica do 3° trimestre da gravidez é constituída por: rotura do seio marginal, placenta prévia e DPP.

Placenta Prévia

      1. Fator associado a placenta prévia: multiparidade.
      2. Placenta prévia que oclui o orifício interno é a: total.
      3. Condição raramente associada a placenta prévia: toxemia gravídica (toxemia relaciona-se freqüentemente ao DPP).
      4. Para o Dx clínico de placenta prévia utiliza-se o exame cérvico-vaginal.
      5. Placenta prévia: hemorragias intermitentes e em quantidades crescentes.
      6. Placenta prévia faz hemorragia vaginal intensa, indolor, sem hipertensão uterina.
      7. Placenta prévia é causa freqüente de prematuridade.
      8. Placenta prévia total com feto morto são indicações inquestionáveis de CST.
      9. FESP - Observe as figuras, considerando a relação da placenta com o colo uterino. A classificação correta representada nas figuras 1, 2, 3, e 4 corresponde à seqüência: completa, parcial, marginal e lateral.

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Descolamento Prematuro da Placenta

      1. SC – No DPP normalmente inserida o fator etiológico mais importante é: HAS.
      2. FESP – DPP: A HAS materna se relaciona com casos graves; O DPP pode ser determinado por causas mecânicas.
      3. DPP contra-indica toque vaginal.
      4. Na DPP o trabalho de parto costuma evoluir rapidamente (parto em alaúde: saem bebê, placenta e páreas juntos).
      5. Forma mais freqüente de DPP: hipertonia uterina.
      6. O 1o sinal de DPP é útero duro e doloroso!
      7. Forma mais freqüente de DPP: sofrimento fetal.
      8. Gestante, 36 semanas, com sangramento vaginal moderado, hipertonia uterina, PA:150x110 e sinais de sofrimento fetal agudo. Colo: 4cm, apresentação: cefálica. Foi feito Dx de DPP e realizada amniotomia. Nesse caso, a amniotomia é procedimento: correto por que reduz a invasão sangüínea do miométrio.
      9. O mecanismo de Baudeloque-Duncan (25% dos casos) na DPP se caracteriza por exteriorização do sangramento antes da saída da placenta (Baudeloque-Schultze (75%) descola a placenta antes).
      10. Na DPP em gestação a termo, a viabilidade fetal é o fator predominante na escolha da via (com feto vivo normalmente faz-se CST); a quantidade do sangramento vaginal não representa a intensidade do choque (mecanismo de Baudeloque-Schultze).
      11. Primigesta, 16 anos, fundo do útero: 34cm, com sangramento vaginal, PA: 150x110, hipertonia uterina, BCF: 150 (N: 120-160). Melhor conduta: CST imediata.
      12. Anestesia mais preconizada na DPP com hemorragia incoercível: geral.
      13. Complicação mais freqüente de DPP: choque.
      14. Nos casos de DPP em que se observa o útero de Couvelaire é freqüente: atonia uterina.
      15. HUEC – A apoplexia uteroplacentária, levando ao útero de Couvelaire é uma complicação relacionada a: DPP.
      16. FESP – A apoplexia uteroplacentária é um quadro obstétrico geralmente ligado a: DPP.
      17. RN masculino, 3h, nascido de parto normal em precárias condições (Apgar 2). A gestação foi normal até 8 meses, quando iniciou hemorragia vaginal. Internada no hospital em pré-choque, onde foi Dx DPP. A criança nasceu cianótica, com sinais de anóxia, falecendo após 3h. Causa imediata da morte foi: anóxia.
      18. Reflexo de Trueta (reflexo útero-renal): no momento que o útero se contrai (hipertonia) o rim reage.
      19. Pulso Paradoxal de Boero: pulso cheio, com freqüência normal, repentinamente o pulso se acelera, PA ß e a paciente entra em choque.

Coagulopatias na Gestação

      1. TEGO - Ao se avaliar as alterações fisiológicas da coagulação na gravidez normal, pode-se afirmar que existe: Ý concentração de fibrinogênio (50%); Ý fatores VII, VIII, IX e X.
      2. DPP complicado por coagulopatia, com feto morto. Conduta: proceder amniotomia e aguardar o parto.
      3. DPP com discrasia sangüínea apresenta mortalidade fetal de 100% (DPP Ý de 50% = óbito fetal).
      4. Na coagulopatia de consumo da DPP: o teste de Weiner (teste da formação do coágulo) consiste na observação da formação do coágulo em tubo de ensaio (na CIVD não se forma coágulo devido a ß fibrinogênio).
      5. Fator desencadeante na coagulopatia de consumo na DPP: ß fibrinogênio.
      6. Fator agravante do DPP: ß fibrinogênio.
      7. Causa mais comum de coagulopatia de consumo na gestação: DPP.

Embolia por Líquido Amniótico

      1. FESP – A embolia por líquido amniótico é quadro clínico gravíssimo com elevada mortalidade. Um fator de risco que aumenta a penetração de líquido amniótico na circulação materna é o uso de: ocitócitos, que produzem contrações violentas.
      2. Paciente de 32 anos, secundigesta de termo, recebeu no trabalho de parto 5u de ocitocina em 500ml de solução glicosada durante 5h. O parto foi espontâneo sem contração violenta ou tetânica. O RN foi normal. Após a dequitação a paciente apresentou sangramento vaginal moderado e entrou em choque (choque repentino é característico da embolia de líquido amniótico). Dx: embolia de líquido amniótico.

Tipos de Placenta e Hemorragias (HC):
·  Placenta Circunvalada (cordão curto): DPP
·  Placenta Membranosa com Inserção Marginal ou Velamentosa do Cordão: Placenta Prévia
Diferenças entre Placenta Prévia e DPP:

 

Placenta Prévia

DPP

Manifestações Clínicas

instalação insidiosa, gravidade progressiva

começo tempestuoso, instalação súbita

Sangramento

indolor, exceto durante contrações

dor forte

 

hemorragia externa, sangue vermelho brilhante

hemorragia interna inicialmente, depois exteriorizada, sangue escuro

 

hemorragia de repetição

hemorragia única

 

hemorragia de surgimento inesperado

hemorragia vinculada à toxemia ou traumatismo

 

hemorragia ß após amniotomia e Ý com metrossístoles

hemorragia continua após amniotomia, ß com metrossístoles

Útero

Contorno uterino preservado

útero Ý , contorno modificado dependendo da hemorragia oculta

Apresentação

Não insinuada (a placenta está obstruindo a insinuação)

a altura da apresentação não tem significado no quadro clínico

BCF

Presente e normal

BCF presente ou ausente, cardiotoco anormal (sofrimento fetal)

US

Faz o Dx

pode ser normal

Parcial de Urina

Normal

proteinúria e cilindros (DHEG)

Fatores de Risco

Multiparidade

DHEG

Tratamento

CST (com feto vivo ou morto)

Feto vivo: CST; dúvida: CST; feto morto: vaginal

Estática Fetal, Data Provável do Parto e Pré-Natal
Apresentação, Posição, Situação, Sinclitismo, Idade Gestacional, Bacia, Ganho de Peso, Pré-Natal, Drogas na Gestação

Apresentação

      1. Na apresentação cefálica fletida diz se que a criança está insinuada quando o vértice da apresentação ultrapassa as espinhas ciáticas (o DeLee torna-se (+)).
      2. GII PI, 32 anos, parto normal há 11 anos, Ig: 38 semanas, com dor em baixo ventre, contrações: 5/10min, colo: 7cm, bolsa integra, apresentação: cefálica fletida, DeLee: +1. Pode-se afirmar que: a apresentação está insinuada (ultrapassou as espinhas isquiáticas, DeLee +1).
      3. Os planos de DeLee tem como referência as espinhas isquiáticas.
      4. A apresentação cefálica defletida de 2o grau (glabela) não permite a evolução do parto normal (fletida: lambda; defletida 1o grau: bregma; defletida 2o grau: glabela; defletida 3o grau: mento).
      5. Durante a descida da apresentação cefálica fletida que se insinua em oblíqua posterior, o arco de círculo que deve descrever para chegar ao desprendimento é de: 135o .
      6. SUS-DF - O maior diâmetro da cabeça fetal é: mento-occipital.

Posição

      1. A relação entre o dimídio materno e o dorso fetal denomina-se: posição (situação ou é transversa ou é longitudinal).
      2. Variedade de posição é a relação entre o ponto de referência fetal e o materno.
      3. Variedade de posição mais freqüente: OEA.

Situação

      1. Na situação transversa a referência fetal é: acrômio.

Sinclitismo

      1. Assinclitismo é o movimento cefálico tipo alavanca.
      2. UERJ – O assinclitismo ocorre quando a sutura sagital não se encontra a igual distância do pube e do promontório. No assinclitismo posterior (Litzmann), a sutura sagital encontra-se: mais próxima do pube.
      3. Nas apresentações cefálicas, o assinclitismo posterior é mais freqüente nas primigestas, e a sutura sagital encontra-se mais próxima do pube (obliqüidade de Litzmann; o assinclitismo anterior chama-se obliqüidade de Nagele).

Idade Gestacional

      1. A Ig é calculada a partir do 1o dia do último período menstrual.
      2. A data provável do parto corresponde a 280 dias após o 1º dia da última menstruação.
      3. SUS-SP - Regra de Nagele: adiciona-se a DUM 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo retrógrado). Para 10 de novembro (mês 11), temos 10 + 7 = 17, e 11 – 3 = 8, portanto, 17 de agosto (mês 8) (para primigestas deve-se acrescentar 10 ao invés de 7).
      4. HUEC – Qual a data provável do parto, segundo a regra de Nagele, para a paciente primigesta com DUM em 12/3/2000: 22/12/2000.
      5. O útero é palpável a partir de: 12 semanas.
      6. A ausculta fetal com Pinard pode ser feita a partir de 20-21 semanas; e com o Doppler entre 10-12 semanas.
      7. Os movimentos fetais são percebidos com 18 semanas.

Bacia

      1. Conjugata Vera: face posterior da sínfise púbica ao promontório.
      2. TEGO - O movimento de retropulsão do cóccix que ocorre durante o período expulsivo participa da composição da conjugata: exitus.

Ganho de Peso e Dieta na Gestação

      1. O Ý peso adequado é: 5% peso + 6Kg.
      2. HUEC – Como norma, a dieta da gestante deve ser: hipocalórica e hiperproteica.

Pré-Natal

      1. SC – O Acompanhamento pré-natal prevê: consultas mensais até 32 semanas, quinzenais após 32 semanas e semanais durante o último mês.
      2. FESP – A ocorrência de casos de sífilis congênita e tétano neonatal num distrito sanitário foi considerada evento sentinela, provavelmente relaciona à inadequada oferta de: assistência pré-natal.
      3. UFF – O melhor método US convencional para avaliação ginecológica e para gestação no 1° semestre é: US transvaginal.

Pré-Natal - Sorologias

      1. TEGO - Mulher, 25 anos, nuligesta, Hx pessoal e familiar: s.p., deseja engravidar. Orientações: ingerir dieta balanceada e consumir alimentos ricos em ácido fólico (previne MFCs de SNC); não é necessário solicitar ao seu companheiro cariótipo; submetê-la ao exame clínico e solicitar HMG, sorologias para sífilis, HIV, HBV, HCV, toxoplasmose e rubéola; manter atividade física adequada e constante.
      2. USP – Pré-Natal: as sorologias para HIV e sífilis devem ser solicitadas na 1° consulta e repetidas no 3° trimestre, pois há risco de infecção durante a gestação.
      3. TEGO - M.A.F., 22 anos, solteira, gesta IV, aborto III provocados, início da vida sexual aos 14 anos e inúmeros parceiros sexuais, comparece à 1° consulta pré-natal de uma gravidez desejada na 18° semana. Sorologias indispensáveis: HBsAg; HIV 1 e 2; VDRL. Seria dispensável: rubéola.
      4. FESP - Gestante, 12° semana, nunca teve rubéola. Em contato com portador dessa doença, ficou preocupada e fez dosagem de IgM com resultado de 1/8; 2 semanas após o contato, apresentou indisposição, febrícula e reação ganglionar. Fez novo exame, e o valor encontrado foi de 1/426. Dx: infecção recente.

Drogas na Gestação

      1. Captopril é contra-indicado na gestação.
      2. Rifampicina, isoniazida e etambutol podem ser usados na gravidez (o tratamento pata TB não deve parar).
      3. Sulfonamidas fazem kernicterus no RN.
      4. ATBs que podem ser usados na gestação para ITU: penicilinas e cefalosporinas.
      5. Cefalosporinas podem ser usada na gestação.
      6. FESP – Frente à necessidade de ATBs durante o pré-natal, a melhor opção será: cefalosporinas.
      7. Ergotamina é formalmente contra-indicado na gestação, corticóides não são.
      8. Mulher, 27 anos, em uso de antidepressivo tricíclico por depressão, atualmente sem sintomas psiquiátricos, descobre estar na 13o semana de gestação. Conduta: suspender o antidepressivo tricíclico e observar a evolução (tricíclicos podem ser usados no 1o trimestre, lítio apresenta risco/benefício incerto).
      9. FESP – A utilização de benzodiazepínicos no 1° trimestre da gestação pode acarretar, para o feto, um risco Ý 4-6 vezes de: lábio leporino.

Estática Fetal:

·  Apresentação Cefálica Fletida: lâmbda.
·  Apresentação Cefálica Defletida de 1º Grau: bregmática (bregma).
·  Apresentação Cefálica Defletida de 2º Grau: fronte (glabela).
·  Apresentação Cefálica Defletida de 3º Grau: face (mento).

  • Insinuação: é a passagem pelo estreito superior do maior plano perpendicular à linha da orientação.
  • Sinclitismo: é a inclinação lateral da apresentação para ultrapassar o estreito superior.
  • Posição: é a relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno.
  • Variedade de Posição: é a relação entre os pontos de referência maternos e fetais.

    • Assistência Básica Pré-Natal
    •  
    •         No Brasil, Ý 95% das grávidas freqüentam o serviço de pré-natal, no entanto a morbimortalidade materna e perinatal permanece Ý , refletindo deficiências no atendimento.
    •  
    • Calendário de Consultas
    •         A gestante deve procurar o serviço de pré-natal o mais cedo possível, impreterivelmente no 1º trimestre, a fim de que a investigação a respeito de sua saúde seja completada em tempo hábil.
    •         O número total de consultas, preconizado pela OMS, não deve ser ß 6. Qualquer número ß desta cifra é considerado como atendimento deficiente.
    •         Exame ginecológico e obstétrico: exame das mamas, altura uterina, BCF, situação e apresentação fetal pelas manobras de Leopold. Exame especular, na 1º consulta, avaliando-se cuidadosamente as paredes vaginais, colo uterino, CO, além do toque vaginal. O obstetra deve orientar a gestante a respeito da necessidade de realizar este exame detalhado, já que o momento é apropriado para um check up geral da saúde.
    •  
    • Cálculo da Idade Gestacional
    •         Usa-se a regra de Nagele, levando-se em consideração a duração média da gestação de 280 dias ou 40 semanas (a partir da DUM), ou acrescentar 7 dias para as multíparas e 10 dias para as primigestas ao 1º dia da DUM e adicionar 9 meses ao mês em que ocorreu a última menstruação.
    •  
    • Controle da Pressão Arterial Durante o Pré-Natal
    •         Objetivo: detectar DHEG precocemente evitando suas futuras conseqüências. Considerar como hipertensão na gravidez:
    • ·  Ý 30mmHg na PS e/ou Ý 15mmHg na PD.
    • ·  A observação de níveis tensionais Ý 140mmHg de PS, e Ý 90mmHg de PD. Níveis tensionais iguais ou superiores a 140x90mmHg exigem confirmação no final da consulta e após 30 minutos de repouso em DLE.
    •  
    • Ausculta dos Batimentos Cardiofetais
    •         É feita de rotina em cada consulta, é considerada normal entre 110-160 bpm.
    •  
    • Exames Complementares de Rotina
    • ·  Hemograma: hematócrito, hematimetria, hemoglobina, leucócitos e plaquetas.
    • ·  Tipagem sangüínea e fator Rh. Se necessário teste de Coombs indireto.
    • ·  Sorologia para sífilis: se for (-), repetir a cada trimestre.
    • ·  Parcial de urina: proteinúria, piúria, hematúria, cilindrúria.
    • ·  Glicemia de jejum.
    • ·  Teste simplificado de tolerância à glicose: realizar após a ingestão de 50g de glicose, entre 24-28 semanas. Se resultado for ß 140, repetir entre 32-36 semanas; se for igual ou Ý , fazer curva glicêmica com 100g de glicose.
    • ·  CO: prevenção do câncer ginecológico do colo uterino e infecções vaginais.
    • ·  Anti-HIV: deve ser oferecido a todas as gestantes.
    • ·  Sorologias: rubéola, toxoplasmose, em pacientes de risco (profissionais de saúde, usuárias de drogas, funcionários de bancos de sangue), sorologia para HBV. Anticorpos contra rubéola devem ser feitos de preferência no pré-nupcial. Lembrar nas não-imunes a realização da vacina específica no puerpério.
    • ·  US: 1 por trimestre; caso não seja possível, realizar entre 20-22 semanas, para avaliar a anatomia fetal e ser bastante fidedigna em relação à Ig.

Secundamento Patológico
Retenção Placentária, Inversão Uterina, Atonia Uterina, Hemorragias do Pós-Secundamento

Retenção Placentária

      1. Fatores de risco para retenção placentária: placenta acreta e hipotonia uterina.
      2. Configura-se retenção placentária sempre que a expulsão da placenta não ocorre dentro de meia hora após o nascimento.
      3. Provão - Na sala de parto, uma gestante na 2° gestação, com 1 CST anterior, não apresenta dequitação após 45 minutos do parto vaginal. As manobras usuais já foram realizadas. Conduta: realizar curetagem uterina.

Inversão Uterina

      1. FESP - Durante o mecanismo de descolamento placentário, as massagens vigorosas no abdome e a tração do cordão umbilical são condenáveis, devido ao risco de: inversão uterina aguda.

Hemorragias Pós-Secundamento – Atonia e Trauma

      1. Patologia hemorrágica mais freqüente após o secundamento: trauma e hipotonia uterina.
      2. A complicação mais freqüente do 4° período do parto é: hipotonia uterina (o que causa sangramento).
      3. SC – Devemos levar em consideração o 4° período do parto, porque nele com certa freqüência ocorre: hemorragia atônica.
      4. SC – Multípara que apresenta trabalho de parto prolongado e difícil com sangramento profuso e choque hipovolêmico estará predisposta a: atonia uterina.
      5. FESP – O choque hipovolêmico por perda de sangue, devido a grave atonia uterina pós-parto, deve ser tratado com: reposição volêmica com sangue e eletrólitos por acesso venoso profundo.

Auxílio ao Parto Normal
Episiotomia, Indução do Parto Normal, Contratilidade Uterina

Episiotomia

      1. A episiotomia deve se realizada em franco período expulsivo, com períneo moderadamente distendido.
      2. UFF – O ponto de reparo para a anestesia tocorregional da episiotomia é: tuberosidade isquiática.

Indução do Parto

      1. TEGO - Drogas utilizadas durante o trabalho de parto capazes de induzir a perda da variabilidade do BCF: Sulfato de magnésio; Sulfato de morfina; Benzodiazepínicos (Ocitocina não faz perda da variabilidade do BCF).

Contratilidade Uterina

      1. UERJ – Durante a gestação, o útero não se mantém inativo, estando incrementada a capacidade contrátil à maior concentração de actomiosina e do sistema adenosina trifosfatase (ATP). Este Ý da capacidade contrátil é atribuído ao: estrógeno.
      2. TEGO - O mecanismo de contração uterina é regulado pelo estrogênio e progesterona através da: síntese da proteína contrátil e regulação do potencial de membrana.
      3. TEGO - A seguinte substância é essencial para gerar contração no músculo liso uterino: Ca intracelular.
      4. Em relação às contrações uterinas, a resposta ideal da ocitocina é: Ý freqüência e Ý intensidade das contrações uterinas.

 Contratilidade Uterina

Doença Inflamatória Pélvica

      1. Agente etiológico mais comum na DIP: N. gonorrhoeae.
      2. USP – Pacientes de 23 anos e Dx de DIP aguda leve. Os agentes mais prevalentes são: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis.
      3. SC – A salpingite gonocócica pode se estender ao ovário originando periooforite; a disseminação das endometrites por contigüidade pode causar as ooforites; a disseminação linfática ocorre nas infecções pós-parto e pós-aborto; o acometimento pélvico por via hemática ocorre na TB.
      4. A dor abdominal na salpingite é, geralmente, bilateral.
      5. Dx diferencial de DIP pélvica: ITU.
      6. Em paciente com DIP de etiologia ignorada, na fase aguda, em que não foram detectados abscessos e não há indicação de internação hospitalar. Conduta: ofloxacina + doxiciclina.
      7. USP - Mulher, 24 anos, nuligesta, com dor abdominal em FIE, febre e corrimento amarelado há 2 dias, menstruação há 7 dias. Exame: massa anexial há esquerda, b HCG (-), corrimento purulento no OCE e massa anexial esquerda com 4cm. Conduta: videolaparoscopia para Dx e tratamento, ATBs sistêmico e, se necessário, reintervenção cirúrgica após 14 dias.
      8. SC – No processo inflamatório pélvico, agudo, abscedado no fundo de saco de Douglas impõe-se: colpotomia posterior.
      9. HUEC – Abscessos tubo ovarianos: a trompa apresenta-se distendida por pus; é comum a doença contralateral; a ruptura pode levar a choque endotóxico; a evolução pode ser lenta e assintomática; para obstrução da trompa são necessários vários episódios de salpingite.
      10. DIP pélvica tem como uma das principais seqüelas graves a anexite pélvica.
      11. Cervicite crônica pode ser fator predisponente para neoplasias do colo uterino (raro).
      12. Sd Fitz-Hugh-Curtis (peritonite por gonococo) pode ser complicação de salpingite gonocócica.
      13. FESP - Nesta figura, as setas mostram a ascensão dos germes da endocérvice para o endométrio, tubas de Falópio e peritônio na DIP (endometrite, salpingite e peritonite) que, na maioria dos casos é causada por: N. gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis.

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Doenças Sexualmente Transmissíveis

Carcinoma do Endométrio

Fisiopatologia

      1. Achado histopatológico precursor do carcinoma de endométrio: hiperplasia adenomatosa atípica.

Fatores de Risco

      1. Promiscuidade não é fator de risco para carcinoma de endométrio (é fator de risco para o carcinoma de colo).
      2. Hiperplasia endometrial se associa com HAS (não se sabe por que).
      3. Tumor mais freqüente na pós-menopausa em mulher HAS, obesa com metrorragia: carcinoma do corpo uterino (endométrio).
      4. Principal fator isolado para câncer de endométrio: TRH no climatério.
      5. Condições predisponentes ao câncer do endométrio: estrogenoterapia, ciclos anovulatórios, Sd. Stein-Leventhal (condições que levam ao Ý estrógenos).

Diagnóstico

      1. Mulher, 40 anos, multípara, com sangramento genital. Principal conduta a ser tomada no PS: especular.
      2. SC – Paciente de 43 anos, com metrorragia há 2 meses, precedida de hipermenorréia nos últimos 2 anos. Exame: útero irregularmente Ý volume, com nódulos múltiplos de 2-5cm de diâmetro. Conduta: propedêutica do colo, curetagem uterina com exame histopatológico e posterior planejamento terapêutico.
      3. Na suspeita de carcinoma de endométrio, o recurso propedêutico mais importante é: curetagem uterina fracionada em exame histopatológico.
      4. Perda sangüínea transvaginal em pacientes de 62 anos, menopausa há 20 anos, sem TRH. Dx: câncer de endométrio.
      5. Exame de fundamental importância na neoplasia do endométrio: histeroscopia.
      6. O limite de espessura endometrial considerado normal, pelo US, em mulheres na pós-menopausa que não fazem TRH é: 5mm.
      7. Paciente de 54 anos, menopausa há 17 meses, com corrimento vaginal serossanguinolento há 1 mês. Exame: atrofia genital, com petéquias na vagina. CO: inflamação acentuada com atrofia; presença de células endometriais. Conduta: investigar a cavidade uterina (apesar da CO do colo do útero não ser um bom indicador de neoplasias de endométrio, eventualmente podem auxiliar no seu Dx).

Tratamento

      1. FESP – No adenocarcinoma do endométrio, estádio I, o tratamento de escolha é: histerectomia total abdominal + colpectomia do terço superior da vagina + anexectomia bilateral.

Patologias tumorais da Mama
Câncer de Mama, Nódulo de Mama

Nódulo de Mama

      1. SC – Conduta para nódulo de mama em mulher Ý 35 anos: mamografia bilateral, US mamária, PAAF, cirurgia se necessário.
      2. FESP – A cirurgia de espessamento mamário dominante, clinicamente displásico, tem exclusivamente finalidade: Dx.

Epidemiologia

      1. HUEC – A neoplasia maligna feminina mais freqüente no Brasil é: câncer de mama.
      2. A cada ano surgem 40 mil casos novos de câncer de mama (câncer de colo uterino: 20 mil).
      3. HUEC – De acordo com as estimativas, para o ano 2000,o número de óbitos aproximados no PR, em decorrência do câncer de mama é: 500 (Ocorreram 370 mortes por câncer de mama em 2000 no PR).
      4. Carcinoma de mama é a neoplasia que mais mata mulheres no Brasil (Ý 7 mil mortes em 1999).
      5. HUEC – Em relação ao BRCA1, BRCA2 e p53, estes são: genes supressores tumorais.

Fatores de Risco

      1. FESP - Mulher com menarca aos 9 anos e menopausa aos 53 anos, teve sua 1° gestação aos 36 anos, após tratamento de anovulação (anovulação é fator de risco para câncer de mama e fator de proteção para câncer de ovário). Enquadrada na "janela estrogênica", o que configura, como fator de risco, o câncer de: mama.
      2. Fatores de risco para carcinoma de mama: menopausa Ý 55 anos; menarca ß 12 anos; nuliparidade; Hx familiar (fator de risco mais importante). Lactação não é fator de risco.
      3. FESP – No caso do câncer de mama, uma condição para a qual se desconhece qualquer correlação estatística significativa com esta neoplasia é: menopausa precoce (Fatores de risco: nuliparidade, primiparidade tardia, Hx familiar de câncer de mama).
      4. Carcinoma de mama apresenta nítida tendência familiar.
      5. Fatores de risco para carcinoma de mama: Hx de câncer de mama; menopausa tardia.
      6. FESP – Uma paciente com Hx de câncer de mama tem uma probabilidade Ý 4 vezes do que o restante da população para ter câncer na outra mama; A doença fibrocística com atipias é considerada como fator de risco para o câncer de mama; Há um risco maior para irmãs, mães e filhas de pacientes com Hx de câncer de mama; A menarca precoce, a menopausa tardia, a obesidade e as ß doses de Rxt são fatores que contribuem para Ý incidência de câncer de mama.
      7. Provão - Mulher, 47 anos, assintomática, em consulta de rotina. Hx de 4 gestações, com partos vaginais. Laqueada há 10 anos, após 7 anos de uso de ACHOs. Menopausa há 3 anos. Tabagista, tem dieta rica em gorduras e não tem Hx familiar de câncer. Exame: altura: 1,65m; P: 90kg; exame ginecológico: normal. Principal fator de risco para câncer de mama: excesso de peso (menopausa precoce e menarca tardia são fatores protetores).

Manifestações Clínicas

      1. SC – Características suspeitas de malignidade no exame da mama: derrame papilar sanguinolento espontâneo; nódulo de consistência pétrea.
      2. Localização mais freqüente do carcinoma de mama: QSE (60%).
      3. SC – O sinal clínico mais freqüente do carcinoma mamário é o nódulo; o comprometimento carcinomatoso dos ligamentos de Cooper produz retração cutânea; um nódulo de mama em paciente ß 35 anos tem como hipótese Dx mais provável fibroadenoma; o exame físico deve incluir palpação das axilas e das fossas infra e supraclavicular.
      4. Dx do carcinoma inflamatório de mama é confirmado por embolia neoplásica nos linfonodos da derme.
      5. Metástases do carcinoma de mama ocorrem mais freqüentemente: via linfática (para linfonodos).
      6. Metástases de mama são mais freqüentes para osso (estas são metástases hematogênicas).
      7. FESP – Mulher, 52 anos, nota Ý volume no pescoço. Exame: gânglio cervical direito, fixo, de 3cm diâmetro, indolor. Exame da cabeça e pescoço: normal. A possível origem da neoplasia primária entre: mama, ovário, fígado e pâncreas é: mama.
      8. UERJ – A recorrência do carcinoma ductal infiltrante, após mastectomia radical se dá com maior freqüência sob forma da seguinte recidiva: local.

Exames Complementares

      1. Sinais mamográficos diretos de malignidade: tumor espiculado, opacidade circunscrita e microcalcificações.
      2. HUEC – São sinais diretos de malignidade: nódulo espiculado; microcalcificações pleiomórficas; halo claro peritumoral; dissociação radio-clínica (aumento simétrico e bilateral da densidade mamária não é).

Tratamento

      1. Paciente na 5o década, de Ý nível sócio-econômico, com suspeita mamográfica de carcinoma mamário de 0,7cm, que foi confirmado por biópsia; foi submetido à mastectomia radical modificada por Patey que preservou a seguinte estrutura: músculo peitoral maior.
      2. Carcinoma mínimo de mama: não é detectado clinicamente, pode ser invasivo, pode medir até 1,2cm no maior diâmetro (estadiamento T1 vai até 2cm). Não é o carcinoma in situ.
      3. USP – Mulher, 54 anos, mamografia revelando tumor espiculado de 4cm (estadiamento T2 vai até 5cm) na mama esquerda e PAAF revelando adenocarcinoma ductal indiferenciado. Conduta: Qmt e subseqüente quadrantectomia com esvaziamento axilar.
      4. Tumor mamário com 6cm, linfonodos axilares (+), sem metástases. Tratamento com melhor sobrevida: Pqt e/ou Rxt + tamoxifeno (Ý 5cm é inoperável).
      5. Carcinoma de mama estadiamento IV com metástases em partes moles em pacientes de 72 anos. RE: 44. Tratamento: hormonioterapia.
      6. Droga mais utilizada no tratamento hormonal do carcinoma de mama: tamoxifeno.
      7. HUEC – Modalidade de tratamento hormonal para câncer de mama do tipo competitivo: antiestrogênios.

Estadiamento

      1. UERJ – Paciente de 55 anos, submetida a mastectomia radical modificada para um carcinoma no QSE da mama direita. Histopatologia: tumor de 3,5cm de diâmetro, margens livres, 4 linfonodos axilares do nível I com 1cm de diâmetro e não aderidos entre si, (+) para metástases. Na ausência de metástases à distância, podemos dizer que o tumor mamário se encontra no estágio: IIB (Estádio IIB: tumor entre 2-5cm com metástases para linfonodos homolaterais imóveis ou tumor Ý 5cm sem metástases linfonodais regionais).

Epidemiologia do Câncer


Casos de Câncer de Mama no Brasil:

40 mil

Casos de Câncer do Colo do Útero no Brasil:

20 mil

Mortes por Câncer de Mama no Brasil:

Ý 7 mil

Mortes por Câncer do Colo do Útero no Brasil:

7 mil

Mortes por Câncer de Mama no Paraná:

370

Mortes por Câncer do Colo do Útero no Paraná:

350

Incidência de Câncer no Brasil:

1° : Pele Não Melanoma; 2° : Mama; 3° : Colo do Útero

Incidência de Câncer no Brasil em Homens:

1° : Pele Não Melanoma; 2° : Pulmão; 3° : Próstata

Incidência de Câncer no Brasil em Mulheres:

1° : Mama; 2° : Colo do Útero; 3° : Pele

Mortalidade por Câncer em Homens e Mulheres:

1° : Estômago e Pulmão; 2° : Mama; 3° : Colo do Útero

Fonte: INCA

 

Tratamento do Câncer de Mama

·  Caso responda a Qmt: cirurgia conservadora
·  Caso Não Responda a Qmt: cirurgia radical
Tumores e Cistos do Ovário
Cistos Ovarianos, Cistos Tecaluteínicos, Tumores Benignos, Tumores Malignos

Cistos Ovarianos

      1. FESP – Mulher, 37 anos, US transvaginal: massa anexial cística, de pequeno volume e sem novivascularização ao Doppler. Dx: cisto folicular ovariano.
      2. O pseudomixoma peritoneal, em geral, associa-se ao cisto mucinoso que se rompe dentro da cavidade peritoneal (raramente se associa ao apêndice, o tratamento inclui apendicectomia).

Cistos Tecaluteínicos

      1. A aplicação de gonadotrofinas coriônicas em mulher menopausada pode induzir o aparecimento de cistos tecaluteínicos nos ovários (mecanismo semelhante ao desenvolvimento de cistos tecaluteínicos na mola).

Tumores Benignos

      1. Sd. Meigs: associação entre hidrotórax e tumores ovarianos (fibroma).
      2. SC – Tumores sólidos ovarianos benignos: fibroma; cistoadenoma; tumor de Brenner; adenomioma.
      3. SC – Androblastoma (arrenoblastoma) do ovário: pode produzir estrógenos e andrógenos (sua principal característica é a produção de andrógenos).

Fatores de Risco

      1. A lactação prolongada ß riscos do câncer de ovário (ß ciclos menstruais).

Tipos Histológicos

      1. Tumor de ovário mais freqüente: adenocarcinoma seroso.
      2. Mulher, branca, 45 anos, com tumor de ovário com aspecto US de malignidade apresentando cistos de 8cm de diâmetro, bocelado com áreas sólidas. Variedade mais provável: cistoadenocarcinoma seroso.
      3. Tumores ovarianos de origem epitelial: carcinoma indiferenciado, cistoadenoma mucinoso, tumor de Brenner (tumor de Brenner é benigno).
      4. SC – É um tumor de ovário maligno: tumor de Krukemberg (metástase de tumor gastrointestinal para ovário, normalmente a partir do estômago).

Manifestações Clínicas

      1. FESP – Os tumores do ovário que, em geral, são oligossintomáticos, apresentam como complicações mais freqüentes: torção e ruptura.
      2. FESP – Mulher, 45 anos, com Ý volume abdominal, dor, distenção, dispepsia, constipação; e, a alguns dias, passou a sentir uma irritação na uretra, à micção. Exame: massa pélvica fixa, bilateralmente, de consistência heterogênea. Dx: câncer de ovário.
      3. O tumor de ovário que atinge o maior tamanho e peso é: cistoadenoma mucinoso.

Tratamento

      1. Paciente de 60 anos com tumor de aspecto benigno no ovário, constatado no ato cirúrgico. O útero e o ovário contralateral apresentam características normais. Conduta: histerectomia total e anexectomia bilateral.

 

Gestação de Alto Risco e Sofrimento Fetal
Sofrimento Fetal, Cardiotocografia, Retardo do Crescimento Intra-Uterino

Sofrimento Fetal Agudo

      1. TEGO - O estímulo vibro-acústico, como método de avaliação fetal, tem uma resposta: dupla: motora e cardiovascular.
      2. TEGO - A cardiotocografia de repouso (basal) é um dos testes mais usados na avaliação fetal anteparto. O principal achado nos fetos de termo e que são normais é: presença de acelerações transitórias associadas à movimentação fetal (Este é o padrão ondulatório, fisiológico).
      3. Secundípara, 28 anos, idade gestacional: 35 semanas, com discreto RCIU, BCF: 140-160, sem metrossístoles. Após movimento do feto ocorriam acelerações de 20-30seg que atingiam um BCF de 170. Isto indica que as acelerações transitórias, assim como a oscilação do BCF, sugerem bem estar fetal.

DIP

      1. O termo DIP refere-se a freqüência cardíaca (padrões de desaceleração da FC).
      2. Em relação ao DIP I (desaceleração precoce): ocorre em 10% das monitorizações anteparto; não traz repercussões clínicas.
      3. Durante a contração uterina não há bradicardia fetal (ocorre sim uma desaceleração (DIP I) que não chega a apresentar repercussões clínicas); a bradicardia fetal é causada pela hipóxia fetal.
      4. Sinais característicos de sofrimento fetal: desaceleração tardia (DIP II) ou taquicardia.
      5. Sofrimento fetal agudo: BCF: 148 (N: 120-160), caindo para 120, durante 25seg, 20seg após a contração uterina (DIP II).
      6. Gestante, 36 semanas, CTG: padrão reativo com desaceleração variável durante a contração uterina. Modelo fisiopatológico: compressão funicular (DIP III) com boa oxigenação de SNC.

Cardiotocografia

      1. Padrão CTG indicativo de interrupção da gestação, independentemente da idade gestacional: sinusóide.
      2. CTG com padrão basal liso. Conduta: interromper a gestação (óbito fetal).
      3. Gestante de 16 anos; idade gestacional: desconhecida; com inchaço de MMII, sem contrações uterinas, BCF: 140 (N:120-160), proteinúria: (-), toque: colo grosso, posterior e impérvio, US: suspeita de RCIU. Conduta: CTG e amniocentese para avaliar maturação fetal, e se presente induzir o parto.
      4. FESP – A cardiotocografia basal anteparto pode mostrar: higidez do concepto.
      5. FESP – Os principais sinais de sofrimento fetal agudo, na cardiotocografia intraparto são: taquicardia associada a DIP tardio e bradicardia sem recuperação.

Sofrimento Fetal Crônico

      1. No sofrimento fetal crônico, ao início da centralização (mecanismo de defesa fetal), o sangue da veia umbilical, estudado pela gasometria, se apresenta com: normoxemia, acidemia, normocapnia (a 1° alteração é a respiração anaeróbia; a última é a hipercapnia, a hipóxia é compensada pela centralização).

RCIU

      1. O RCIU é assimétrico quando se verifica no final da gestação (ocorre somente no último trimestre).
      2. Situação transversa é causa freqüente de erro na avaliação clínica do crescimento fetal.

Fisiologia da Reprodução
Estrógeno, Progesterona, Prolactina, LH e FSH

Fisiologia

      1. HUEC – O precursor biossintético para os hormônios esteróides é: colesterol.
      2. SC – Seqüência na formação dos hormônios sexuais: colesterol => progestágenos => estrógenos => andrógenos.
      3. Os precursores dos hormônios esteróides produzidos pela supra-renal, ovário e testículos são o acetato e o colesterol. Na esteroidogênese, o 1° esteróide sintetizado a partir do colesterol é: pregnenolona.
      4. Na esteroidogênese ovariana, a parte do folículo onde ocorre a aromatização dos androgênios é: camada granulosa (esta transformação é induzida pelo FSH).
      5. As células da teca interna são as principais fontes dos estrógenos circulantes.

Adolescência

      1. O início da puberdade é marcado, sob aspecto hormonal, por: secreção pulsátil, mais intensa durante o sono, de LH e FSH.
      2. Condição que caracteriza o início do desenvolvimento puberal: picos noturnos de LH.
      3. A liberação de gonadotrofinas pela hipófise durante o ciclo menstrual da mulher é devida a: descarga intermitente (pulsos) do hormônio liberador de gonadotrofinas (LHRH) no sistema porta-hipofisário.
      4. TEP - Nos meninos e meninas, os andrógenos estimulam o crescimento estatural (O FSH estimula a espermatogênese; o LH estimula a produção de testosterona; a progesterona, nas meninas, estimula o desenvolvimento alveolar).

LH

      1. Na fisiologia menstrual, a teoria das 2 células inclui: o estímulo da teca pelo LH para produção de androstenediona.
      2. UERJ – Dentre os hormônios, aquele cujo Ý ocorre 24-48h antes da liberação do óvulo e, por isso, possibilita a detecção da ovulação é: luteinizante (LH).
      3. O LH é o hormônio responsável pela ovulação (O FSH é o responsável pelo crescimento do folículo).

Progesterona

      1. Progesterona em pequenas quantidades: provoca retrocontrole (+) sobre LH e FSH.
      2. FESP – O efeito termogênico do corpo lúteo pode ser usado clinicamente na avaliação da ovulação através da curva de temperatura basal, por apresentar: efeitos hipotalâmicos da progesterona.
      3. SC – Paciente com esterilidade vem anotando a temperatura basal. Ela subiu no 16° dia e no 24° dia ainda se mantém Ý . Isto significa que: nada se pode concluir relativo a gravidez (os níveis de progesterona ß a parti do 24° dia do ciclo com a falência do corpo lúteo).
      4. Principal hormônio da 2o fase do ciclo menstrual: progesterona.
      5. O ciclo menstrual normal é dependente das variações da progesterona e não do estrógeno.
      6. SC – FSH e Progesterona devem ser colhidos na: fase proliferativa e fase lútea média.

Estrógeno

      1. Os estrogênios são formados a partir de andrógenos. Eles também são formados pela aromatização da androstenediona na circulação (feita pela aromatase).
      2. O estradiol (E2) é o principal estrogênio e biologicamente o mais ativo. O estradiol (E2) de origem ovariana constitui 90% do estradiol circulante. A estrona (E1) é um estrogênio ovariano débil, que também pode ser sintetizado em sítios extra-ovarianos pela conversão periférica a partir da: androstenediona.
      3. Estrogênios ß secreção de FSH e podem Ý ou ß a secreção de LH. Um nível constante de estrógenos circulantes exerce um feedback (-) na secreção de LH; um Ý abrupto de estrógenos exerce um feedback (+) e estimula a secreção de LH (este é o mecanismo da Sd. ovários policísticos).
      4. TEGO - Em relação aos esteróides sexuais: a conversão periférica da androstenediona produzida pela supra-renal em estrona está Ý em mulheres obesas; os estrógenos circulantes constituem a soma da secreção ovariana direta de estradiol e estrona, mais a conversão periférica de precursores C-19; o estriol é o metabólito periférico da estrona e estradiol, não sendo produzido diretamente pelo ovário.
      5. O estrógeno produz um endométrio proliferativo (e a progesterona, um secretor).

Ovulação

      1. Fases da ovulação: crescimento folicular, postura ovular e formação do corpo lúteo.
      2. No sangramento no meio do ciclo (mittelschmerz), a conduta é: observar ciclos posteriores.

Muco Cervical

      1. O muco cervical forma cristais com aspecto de folhas de samambaia devido ao Ý de mucina e NaCl; esta alteração é melhor observada no período pré-ovulatório (estrogênico).
      2. Muco cervical: a presença de grumos ocorre na fase progestínica (o muco tornar-se espesso com restos celulares).
      3. Diante de uma curva de temperatura basal bifásica, como se deve comportar: mucocervical: não cristaliza; dosagem de pregnandiol: 4mg/24h; biópsia de endométrio: secretor; citologia hormonal no 24º dia do ciclo: 0/70/30.

Formação do Estrógenos

Síndrome dos Ovários Policísticos

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Embriologia
Embriologia, Hormônios Sexuais Durante a Gestação, Placenta, Cordão Umbilical, Trocas Placentárias

Embriologia

      1. A célula germinativa feminina é liberada do folículo maduro na fase ovócito II.
      2. A fixação endometrial do ovo, dá-se na forma de blastocisto.
      3. FESP – Após a fecundação, em toro do 5° dia, ocorrerá a nidificação e o ovo estará em fase de: blástula.

Hormônios Sexuais Durante a Gestação

      1. TEGO - O colesterol de baixa densidade que serve de precursor na produção de progesterona pela placenta origina-se do: plasma materno (esteróides atravessam diretamente a placenta).
      2. Principal precursor do estriol na gestação: 16-a -hidroxi-deidroepiandrosterona.
      3. As gonadotrofinas coriônicas são produzidas pelo trofoblasto.
      4. FESP - A produção placentária de progesterona se inicia em torno de 8–9 semanas.
      5. A principal fonte de esteróides (progesterona) até 12–13 semanas é o corpo lúteo.
      6. O fenômeno apical, da gonadotrofina coriônica na gestação, ocorre em um número de dias compreendidos entre: 60 e 90.

Placenta

      1. Em relação as membranas ovulares, elas são 2: córion e âmnio.
      2. Córion frondoso é um órgão fetal.
      3. A placenta é órgão fetal, pelas vilosidades e, materno, pela decídua.
      4. A reação decidual (alteração endometrial à implantação do ovo) sem evidência corial está associada com gestação ectópica, amenorréia, Ý gonadotrofinas coriônicas, neoplasia trofoblástica.
      5. TEGO - A circulação fetal no 3º trimestre permite que a placenta e não o pulmão seja o órgão da hematose. A VCI, no seu trajeto torácico, leva sangue oxigenado. A veia porta leva sangue venoso. O ducto venoso leva sangue oxigenado.

Cordão Umbilical

      1. UFF - O coto umbilical cai entre 8-10 dias.
      2. FESP - O RN apresenta o coto umbilical formado por: 2 artérias e 1 veia.
      3. FESP – O cordão umbilical é responsável por um dos fatores determinantes de natimortalidade e de depressão neonatal, principalmente na vigência de: circulares.

Trocas Placentárias

      1. TEGO - A passagem materno-fetal de imunoglobulinas pela barreira placentária é: seletiva e permite a passagem apenas de IgG.
      2. UERJ – A glicose passa do organismo materno ao fetal pela placenta, através do seguinte mecanismo: difusão facilitada (O2 e CO2 passam por difusão simples, glicose por difusão facilitada, aminoácidos por transporte ativo).
      3. TEGO - O cálcio e o fósforo atravessam a placenta por: transporte ativo.
      4. UERJ – Ao estudar o ciclo respiratório materno-fetal, observa-se que, para PO2 idênticas, é maior a saturação no sangue do concepto que no da gestante, devido ao seguinte fato: existência de diferenças qualitativas entre as afinidades das hemácias maternas e fetais (O feto possui Hb fetal que é mais ávida pelo O2).

 

Complicações da Menstruação
Hemorragia Uterina, Dismenorréia, Tensão Pré-Menstrual

Fisiopatologia

      1. Pacientes que estão no período ovulatório podem ter como elemento desencadeante de hemorragia o encurtamento da fase lútea ou folicular (raramente).
      2. Paciente no menacme, 31 anos, em amenorréia há 6 meses de origem endócrina por SOP. Tipo de endométrio: proliferativo (ação do estrógeno). Tipo ovulatório: anovulatório.
      3. FESP - Paciente jovem, com Sd. dismenorreica apresenta quadro doloroso intenso no período menstrual, cefaléia, diarréia, náuseas e vômitos, chegando a se tornar incapacitada para atividades neste período. Quanto a dismenorréia, a sua causa pode estar associada à: relação PGF-2a /PGE Ý em pacientes dismenorreicas.

Manifestações Clínicas

      1. Metrorragia: sangramento uterino disfuncional; carcinoma de endométrio: ciclos anovulatórios; hipermenorragia: mioma intramural; adenomiose: polimenorréia; mioma submucoso, ciclos anovulatórios; hipomenorréia: TB genital; dismenorréia secundária: mioma intramural, adenomiose.
      2. UERJ – O ciclo menstrual pode apresentar vários tipos de alteração. Quando ocorre um fluxo excessivo, com sangramento prolongado, período irregular e intervalos freqüentes, está-se diante de um quadro de: menometrorragia.

Exames

      1. Paciente com sangramento abundante, 35 anos, mioma Dx na CST. Conduta: toque e especular.
      2. O recurso propedêutico a ser empregado, inicialmente, frente a um caso de metrorragia em paciente de 16 anos, virgem, com Dx de hemorragia uterina disfuncional é: US pélvica.
      3. Achados anatomopatológicos na hemorragia uterina disfuncional: hiperplasia glandular cística; pólipo endometrial; endométrio proliferativo; endométrio secretor tardio (não se encontra atrofia endometrial).

Tratamento

      1. FESP – No sangramento do meio do ciclo, a conduta é: observar ciclos posteriores.
      2. Mulher, 30 anos, com sangramento uterino de média intensidade e sinais vitais estáveis. Conduta: estrógenos EV.
      3. Mulheres, 35 anos, com ciclos eumenorreicos. Há 12 dias passou a apresentar sangramento genital abundante. Dx: hemorragia uterina disfuncional. Tratamento: estrógenos.
      4. Conduta para sangramento disfuncional antes da menopausa: hormônio. Após a menopausa: curetagem.
      5. Provão - Adolescente, 17 anos, com vida sexual ativa, utilizando preservativo, apresenta irregularidade menstrual, ciclos a cada 45/60 dias com duração de 6 dias e sangramento Ý , com sangramento vaginal intenso há 8 dias, com coágulos. Exame ginecológico: normal; b -HCG: (-). Conduta inicial: tratamento com ACHOs (estrógenos progesterona).
      6. Mulher, 45 anos, com hipermenorréia. Conduta: histeroscopia com biópsia.
      7. Mulher, 58 anos, com sangramento genital após 9 anos da DUM. Exame ginecológico: normal. Conduta: CUP.

Dismenorréia

      1. A melhor prescrição para uma adolescente, virgem, 13 anos, Tanner: 5, que apresenta dismenorréia leve e incapaz de alterar suas atividades normais é: ácido mefânico (Ponstan).

Tensão Pré-Menstrual

      1. FESP – Famosa entrevistadora de TV procurou psiquiatra por queixas psicológicas, comportamentais e físicas que interferiam em suas atividades. Tensão, humor hábil, irritabilidade, inquietação, choro fácil, solidão, ß auto-estima, concentração ß , insônia, cefaléia, enxaqueca,Ý peso e mastalgia foram sinalizados em seu relato. Durante a entrevista o psiquiatra, percebendo tratar-se de uma queixa comum em Ginecologia, fez o encaminhamento, com sugestão de Sd. de: tensão pré-menstrual.

 

Diabetes Gestacional

Manifestações Clínicas

      1. UFF – Em gestantes com DM prévia à gestação, esta pode acarretar MFC fetais com freqüência 6-7 vezes maior que na população geral; HPL (hormônio lactogênico placentário) não é o maior responsável pelo efeito "diabetogênico" da gravidez.
      2. Causa mais comum de polidrâmnio: DM gestacional.
      3. Patologias freqüentemente encontradas no RN de mãe DM: MFC, distúrbios metabólicos (hipocalcemia, hipoglicemia, hipomagnesemia) e aspiração de mecônio.
      4. SC – São complicações da gestante DM: RCIU, polidrâmnio, macrossomia, MFC fetal, membrana hialina.
      5. SC – Situação em que a dificuldade respiratória tipo membrana hialina é mais freqüente: DM gestacional.
      6. SC – A associação DM e gravidez ocorre em 3% da população obstétrica, representado neste grupo, o DM gestacional da ordem de 90%; o DM gestacional não deve ser julgado como passageiro, porque pode persistir até puerperalidade; os efeitos nefastos para o concepto (morbidade e mortalidade) podem ser minimizados e mesmo evitados por conduta obstétrica apropriada.

Exames complementares

      1. Gestante, 38 anos, GIII PII A0, Ig: 22 semanas, G1: parto normal, termo, P: 2.605g, há 8 anos; G2: parto normal, termo, P: 3.800g, há 5 anos. Dx: gestação de alto risco por DM gestacional. Conduta: avaliar a glicemia de jejum e TOTG de 100g entre 28-34 semanas.
      2. O melhor exame para Dx DM gestacional numa paciente sem Hx clínica, na 28° semana de gestação é: glicemia pós-prandial (a glicemia de jejum nem sempre é (+) no DM gestacional, só nos casos extremos).

Tratamento

      1. Gestante DM, com P: 70kg. Faz dieta com 2.100 cal e insulina NPH, 60u/dia e insulina simples, 30u/dia. Ig: 36 semanas. AU: 40cm. Glicemia de jejum: 115; glicemia 2h após o almoço: 180; glicemia 2h após o jantar: 160. Dx: paciente descompensada. Conduta: reajustar as doses de insulina (As glicemias de jejum e pré-prandial são mais baixas durante a gravidez tanto em DM como em não-DM. A euglicemia é considerada como sendo 60-80 em jejum e ß 120, 1h após as refeições.
      2. No DM gestacional a conduta adequada é: manter a glicemia entre 80-110mg/dl durante todo o dia; usar insulina altamente purificada para o controle da glicemia; não usar hipoglicemiantes orais.
      3. Cecil - O paciente que deve ser submetido ao mais rigoroso controle glicêmico é: gestante DM, 29 anos, glicemia: 123mg/dl (O controle glicêmico intensivo é recomendado para a maioria dos DM, incluindo aqueles com complicações macrovasculares e resistência a insulina. Seus benefícios incluem adiamento do início e retardo na evolução da retinopatia, neuropatia e nefropatia no DM 1, melhora no bem estar psicológico, melhora no perfil plasmático dos lipídeos, ß agregação plaquetária, e evitam as complicações agudas da hiperglicemia. As gestantes necessitam de um controle glicêmico intenso para ß incidência de morbimortalidade fetal, que pode complicar uma gestação DM. A complicação fetal mais importante da gestação DM é a maior incidência de MFC envolvendo coração, sistema nervoso e esquelético. Como essas complicações ocorrem como resultado de um controle glicêmico deficiente no início da gestação, o controle metabólico intenso deve ser iniciado antes da concepção. Um controle rígido e fundamental do DM durante a gestação inclui dieta rígida e terapia com insulina. A glicemia desejada é de 60-100mg/dl, e 100-120mg/dl no estado pós-prandial. Como em outras condições deve-se evitar a hipoglicemia).
      4. Provão - Durante consulta de rotina pré-natal, uma primigesta de 34 anos; altura: 1,60m; peso: 106kg; Ig: 28 semanas, traz glicemia de jejum de 120mg/dL. Hx familiar de DM. Conduta: insulinoterapia.

 

Propedêutica da Gravidez
Amniocentese, Cordocentese, Biópsias do Vilo Corial, Testes de Maturidade Pulmonar, Perfil Biofísico Fetal,  Doppler, Manobras de Leopold, Dx de Gravidez, Translucência Nucal

Amniocentese

      1. Amniocentese é obrigatório no acompanhamento da gestante isoimunizada (onde se avalia a presença de bilirrubinas no âmnio).
      2. Indicações de amniocentese: DHRN, DM gestacional, avaliação da maturidade fetal. Oligodrâmnio é contra-indicação.

Cordocentese

      1. Seguimento mais moderno para monitoração da gestante haloimunizada: teste de coombs e cordocentese.
      2. Indicação da cordocentese: transfusão de sangue no feto.

Biópsia do Vilo Corial

      1. Biópsia do vilo corial é usada para rastrear doenças hereditárias.

Testes de Maturidade Pulmonar

      1. Exame complementar para avaliação da maturidade fetal: teste de Clements e dosagem de fosfatidilglicerol.
      2. SUS-DF - Indica maturidade pulmonar fetal quando a relação L/E é: Ý 2.
      3. SC – Parâmetros de maturidade fetal: 10% ou mais de células orangiófilas (coradas com azul do Nilo); 4% ou menos de células lugol (+).

Perfil Biofísico Fetal

      1. FESP - Variável do PBF que se altera frente à hipóxia: reatividade do BCF.
      2. HUEC – O PBF avalia: vitalidade fetal.

Doppler

      1. O BCF é um achado ao Pinard com 20-21 semanas, e com 10-12 semanas no doppler.

Manobras de Leopold

      1. O palpar obstétrico de Leopold, deve ser realizado na seguinte ordem de tempos: exploração do fundo uterino, dorso fetal, mobilidade cefálica e estreito superior.
      2. A 3° manobra de Leopold tem por finalidade: avaliar a mobilidade do pólo que se apresenta no estreito superior.

Diagnóstico de Gravidez

      1. Na gravidez inicial, a concentração de b -HCG no plasma materno duplica a cada 3 dias.
      2. TEP – Adolescente, 13 anos, com amenorréia secundária. A menarca ocorreu há 1 ano e seu ciclo menstrual foi regular e mensal até 3 meses atrás. Exame: M4 P3. teste imunológico de gravidez na urina (-). Conduta: tranqüilizar a paciente e rever em 3 meses.

a -fetoproteínas

      1. Dosagem de a -fetoproteínas no líquido amniótico indica: anomalia do SNC.
      2. TEGO - A dosagem de a -fetoproteína para o rastreamento dos defeitos do tubo neural do feto deve ser feita entre: 16-18 semanas.

Translucência Nucal

      1. FESP – A translucência nucal em estudo US, em gestação de 12 semanas, consiste em: método de rastreamento de doenças genéticas do embrião (Este método é usado para o Dx precoce das principais trissomias (21, 18 e 13). Não é usado para avaliar MFC do SNC).

Doença Gestacional Trofoblástica
Mola, Coriocarcinoma, Cistos Tecaluteínicos

      1. Neoplasia trofoblástica gestacional é caracterizada por: degeneração hidrópica.
      2. Mola hidatiforme é degeneração: vilositária.
      3. SC – A degeneração hidrópica das vilosidades coriais na mola hidatiforme é conseqüência de: hiperplasia e hipertrofia do sinciciotrofoblasto.
      4. FESP - Paciente na 12o semana de gestação, apresentando náuseas e vômitos incoercíveis, sangramento vaginal e fundo uterino: 22cm. Dx: mola hidatiforme.
      5. UFF – No corioma molar, podemos afirmar que é patognomônico: eliminação de vesículas molares.
      6. Exame fundamental no acompanhamento da neoplasia trofoblástica gestacional: b -HCG.
      7. TEGO - A neoplasia trofoblástica gestacional propaga-se por via: sangüínea e por contigüidade (O carcinoma do colo do útero propaga-se via linfática e por contigüidade).

Cistos Tecaluteínicos

      1. Melhor tratamento para cistos ovarianos na gestação molar: expectante.
      2. UERJ – Gestante como mola hidatiforme é submetida a laparotomia, encontrando-se 2 cistos tecaluteínicos de 15cm de diâmetro sem torção, infarto ou hemorragia. Conduta: expectante (não se mexe nos cistos).

Eclâmpsia e Pré-Eclâmpsia

Epidemiologia

      1. SC – A incidência de Sd. HAS em gestantes gira em torno de: 10%.
      2. HUEC – A principal causa de mortalidade materna durante a gestação, em nosso meio, é: DHEG.

Fisiopatologia

      1. SC - Condição mais associada à DHEG: endoteliose glomerular.

Manifestações Clínicas

      1. Formas clínicas da toxemia gravídica: pré-eclâmpsia leve, Sd. HELLP, iminência de eclâmpsia e eclâmpsia.
      2. Pré-eclâmpsia e eclâmpsia: ambas tem etiologia desconhecida, são mais comuns em primíparas e HAS prévias.
      3. SC – A HAS é a manifestação mais freqüente e se caracteriza por níveis tensionais Ý 140x90 em gestantes normotensas após a 20-24 semanas; ou pelo acréscimo de 15mmHg na PD e 30mmHg na PS, sobre os níveis tensionais anteriores.
      4. SC – Considera-se proteinúria anormal, na gravidez, aquela que excede 300mg/24h.
      5. Na DHEG verifica-se: hemoconcentração (ao contrário da hemodiluição que ocorre na gestante normal).
      6. SC – O achado mais característico no FO, na DHEG é o espasmo das arteríolas retinianas.
      7. HUEC – O fator etiológico mais freqüente dos AVCs durante a gravidez é: HAS.

Síndrome HELLP

      1. Dx de Sd. HELLP: hemólise, trombocitopenia, enzimas hepáticas Ý .

Pré-Eclâmpsia

      1. Características de pré-eclâmpsia: primípara, albuminúria, edema e HAS.
      2. FESP – A tríade sintomática HAS, edema e proteinúria, após 20 semanas de gestação, sugere, obrigatoriamente, a suspeita de: toxemia gravídica.
      3. Na pré-eclâmpsia, o sinal mais precoce é: Ý peso (500 g/semana; devido ao edema).
      4. Na pré-eclâmpsia o parâmetro mais relacionado ao Ý significativo da mortalidade é: proteinúria!!!!!!!
      5. FESP - Diante de uma pré-eclâmpsia, o sintoma que menos se correlaciona com o agravamento do prognóstico entre: PS Ý 200mmHg; oligúria; hemorragia retiniana e hiperglicemia; é: hiperglicemia.
      6. Gestante, 26 anos, Ig: 37 semanas com cefaléia e dor em baixo ventre. Exame: BEG; PA: 140x90; edema de MMII; toque: colo grosso, posterior, impérvio; feto ativo. Conduta: repouso em DLE e observação, posteriormente reavaliação da PA (Para a tríade clássica da DHEG falta apenas a proteinúria).
      7. Gestante, 22 anos, primigesta, Ig: 34 semanas, com edema e proteinúria, BCF: 144 (N: 120-160), colo grosso e impérvio. Dx: pré-eclâmpsia. Conduta: anti-HAS.
      8. Primigesta, 36 semanas, AU: 29cm, PA: 200x160. Sem Hx pessoal ou familiar de HAS. Após repouso em DLE, PA: 160x100, sem sintomas. Exames: uréia: 19 (N: 7-18); creatinina: 1,1 (N: 0,6-1,2); ácido úrico: 6,4; proteinúria: 19g/dia; volume urinário: 50ml; DBP: 81; placenta grau III, líquido amniótico reduzido. Dx: Sd. HAS grave + RCIU. Conduta: antecipar o parto imediatamente.
      9. USP – Gestante, 22 anos, primigesta, 34 semanas, com queixa de edema. Exame: BEG, corada, PA: 170x105, edema: +3/+4, proteinúria: +3/+4; AU: 32; BCF: 144 (N: 120-160); toque: colo grosso e impérvio. Avaliação: o caso sugere pré-eclâmpsia. A paciente deverá ser internada e medicada com anti-HAS.
      10. A convulsão eclâmptica pode ser prevista antes, quando a gestante apresenta: cefaléia, distúrbios visuais e dor epigástrica (Estas são características da pré-eclâmpsia grave).

Tratamento

      1. UERJ, SC - Uso de AAS na toxemia gravídica baseia-se na: interrupção da síntese de tromboxane A2.
      2. Principal justificativa para o uso de sulfato de magnésio: prevenir crises convulsivas (anticonvulsivante).
      3. Primigesta, 35 semanas, com convulsão tônico-clônica e HAS, sem pré-natal. Conduta: sulfato de magnésio EV.
      4. FESP – O emprego de diuréticos, na DHEG, restringe-se à seguinte situação: ICC.

Complicações

  1. A insuficiência placentária crônica (RCIU) é uma complicação materno-fetal da toxemia gravídica.
  2. Principal complicação da pré-eclâmpsia: DPP.

    • Doença Óssea Metabólica e Metabolismo Ósseo
    • Osteomalácia, Raquitismo, Doença Óssea de Paget (Osteíte Deformante), Osteoporose, Hiperparatireoidismo
    • Para se diferenciar o Ý fosfatase alcalina entre origem hepática e óssea, usa-se a 5-nucleotidase (Ý na lesão hepática).
    • Osteomalácia
    • Mulher, 40 anos, há 4 meses com prurido generalizado. Exame físico: s.p. Fosfatase alcalina: Ý , TAP: Ý e anticorpos anti-mitocôndrias (+). A complicação que pode ocorrer é: osteomalácia (Dx: cirrose biliar primária).
    • Cecil: Condições que podem ser associadas a osteomalácia e a ß 25-OH-vitamina D: (1) mulher, 88 anos, que não consome laticínios e há 8 anos não se expõe a luz do sol; (2) paciente com doença celíaca do adulto; (3) paciente com distúrbio convulsivo há 20 anos e que está utilizando fenitoína por todo este período; (4) paciente com cirrose em estágio terminal com ingesta deficiente há 8 meses associado a anorexia nervosa (Todas as condições estão associadas a ß vitamina D, como ocorre nos pacientes não expostos à luz do sol, ingesta inadequada de vitamina D, malabsorção, doença celíaca ou gastrectomia. Além disso, pode ocorrer metabolismo anormal de vitamina D na hepatopatia grave, que também costuma estar associada a deficiência nutricional. Também pode ocorrer osteomalácia fármaco induzida, na qual os níveis de 25-OH-vitamina D estão ß devido ao metabolismo Ý secundário à administração de fenitoína ou fenobarbital. Entretanto, os pacientes com raquitismo dependente de vitamina D costumam ter níveis normais de 25-OH-vitamina D e níveis agudamente Ý de 1,25-diidroxi-vitamina D, mas têm resposta ß do órgão-alvo a 1,25-diidroxi-vitamina D).
    • Cecil: Homem, 56 anos, em hemodiálise há 3 anos, com dor óssea há 4 meses. Passou o último mês acamado. Rx: fraturas patológicas nos MMII. Está usando há 3 anos hidróxido de alumínio como quelante de PO4. Tratamento: interromper o hidróxido de alumínio, restringir PO4 na dieta e oferecer desferoxamina até que o estado do paciente melhore (Os pacientes com intoxicação por Al, com dor óssea grave e fraturas patológicas, devem interromper a ingesta de hidróxido de alumínio, um quelante de PO4, por que a intoxicação por Al pode causar osteomalácia. Isto decorre da deposição de Al na interface entre o tecido osteótico e a frente de calcificação, onde é tóxico para o osteoblasto. Estes pacientes podem ser tratados com desferoxamina para ajudar a ß intoxicação por Al, sobretudo quando têm dor grave e fraturas patológicas).
    • Raquitismo
    • Pré-escolar com baixa estatura, arqueamento de MMII, alargamento e franjeamento metafisário, Ca: N; PO4: discretamente ß ; fosfatase alcalina: Ý ; PTH: N; vitamina D: N; fosfato urinário: Ý . Dx: raquitismo hipofosfatêmico familiar.
    • Entre um desnutrido de 3o grau e um RNPT, a possibilidade de raquitismo é maior no 1º, uma vez que as taxas de crescimento são diferentes.
    • TEP: Características do raquitismo: craniotabes precoce; sudorese; irritabilidade; hipotonia muscular; dor à compressão óssea.
    • TEP: A vitamina cuja deficiência se manifesta quando a criança desnutrida entra em franca fase de recuperação nutricional é a: hipovitaminose D (O raquitismo devido a carência de vitamina D, nos períodos de rápido crescimento como na adolescência, lactentes de baixo peso ao nascer e desnutridos quando entram na fase de recuperação nutricional. Um dos eventos importantes desta fase é justamente a retomada do crescimento quando se poderá notar a clínica de raquitismo caso ele não seja prevenido com a exposição ao sol e ingestão medicamentosa de vitamina D).
    • Provão: Menina, 1 ano e 2 meses com "problemas nos ossos do peito". Exame: alargamento das junções condro-costais, das epífises dos pulsos e craniotabes. A mãe referia que a criança não andava e ficava grande parte do dia em seu berço, no interior da casa. Laboratório: Ca ß ; P ß . Os outros exames laboratoriais: fosfatase alcalina Ý ; PTH Ý . Tratamento: vitamina D.
    • Doença Óssea de Paget
    • Indivíduo com 57 anos, dores ósseas generalizadas, Ý PC, tíbias arqueadas, HAS e osteoporose circunscrita ao crânio. Dx: doença de Paget (osteíte deformante).
    • Doença de Paget: fosfatase alcalina: Ý ; os ossos da pelve são os mais freqüentemente afetados; a ICC de alto débito constitui uma complicação associada a doença difusa.
    • Doença de Paget ocorre Ý hidroxiprolina urinária (o Ca está normal).
    • Na doença de Paget a fosfatase alcalina Ý mais que em metástases ósseas.
    • Cecil; Homem, 67 anos, com dor em quadril. Rx quadril: osteosclerose e osteólise segmentar envolvendo a porção proximal do fêmur, incluindo quadril e crista ilíaca. Nenhuma fratura visualizada. Complicações possíveis: surdez; vertigem; compressão raquimedular ou radicular; ICC; sarcoma (Dx: doença de Paget. Os pacientes com essa doença podem ter dor óssea e fraturas. Eles também podem ter complicações neurológicas incluindo surdez, zumbido, vertigem, compressão raquimedular e radicular, assim como ICC de alto débito e sarcomas. O tratamento consiste em calcitonina ou em difosfonados).
    • Osteoporose
    • UERJ – Sabe-se que a idade está associada com a progressiva rarefação do esqueleto ósseo em ambos os sexos. Na mulher, este fenômeno tem a seguinte causa: Ý reabsorção óssea.
    • Cecil: Condições que podem levar à osteoporose: anorexia nervosa, hipertireoidismo, cirrose biliar primária e homocistinúria (A anorexia nervosa faz osteoporose através do hipogonadismo com ß hormônios sexuais. Hipertireoidismo pode causar Ý reabsorção óssea. Cirrose biliar primária pode levar a osteoporose de baixa renovação, e muitos distúrbios do tecido conjuntivo podem comprometer a massa óssea adulta máxima. A acromegalia não causa osteoporose).
    • A população de ß renda com pouca ingesta de produtos lácteos na infância e adolescência é de risco para: osteoporose.
    • Osteoporose é mais freqüente em mulheres brancas e asiáticas (é infreqüente em negros), magras, baixas, sedentárias e menopausadas.
    • Osteoporose ocorre em mais de 25% da população feminina Ý 65 anos.
    • A ß na estatura na osteoporose pode ser causada por fraturas de vértebras.
    • Mulher, 65 anos, previamente hígida, ao retirar roupa do interior da maquina de lavar, sentiu dor intensa na região lombar. Exame: somente dor a compressão de L1. Dx: osteoporose. Conduta: TC e densitometria óssea. Tratamento: repouso e analgesia.
    • Osteoporose: a calcitonina pode ter propriedades analgésicas ajudando no alívio da dor na osteoporose.
    • FESP: Mulher, 60 anos, com fratura de punho, perguntou ao seu médico como ele Dx a osteoporose pós-menopausa ou senil. Ele respondeu que teria que excluir várias causas e documentar a: fraturas por traumas pouco intensos (osteopenia não é).
    • Hiperparatireoidismo
    • O hiperparatireoidismo faz reabsorção óssea em cortical de falanges e bacia.
    • A lesão mais comum no hiperparatireoidismo primário é a deformidade óssea.
    • Hiperparatireoidismo primário: Ca sérico: Ý ; P: ß .
    • Paciente com HAS, fraqueza muscular proximal e episódios recidivantes de pancreatite aguda. Laboratório: Ca: Ý , P: ß . Dx: hiperparatireoidismo primário.
    • VG: 24 (N: 35-45); T4: 7,0; Creatinina: 7,3 (N: 0,6-1,2); TSH: 3,2; PTH: 900; Ca: 14. Dx: hiperparatireoidismo
    • Doença Óssea Metabólica
    • Osteoporose: PTH: normal, Vitamina D: normal, Ca: normal, P: normal, fosfatase alcalina: normal.
    • Doença de Paget: PTH: normal, Vitamina D: normal, Ca: normal, P: normal, fosfatase alcalina: Ý , hidroxiprolina urinária: Ý .
    • Osteomalácia: PTH e Vitamina D: dependem da causa básica, Ca: normal ou ß , P: ß , fosfatase alcalina: Ý .
    • Raquitismo: PTH: Ý , Vitamina D: ß , Ca: normal ou ß , P: ß , fosfatase alcalina: Ý .

 

Endometriose

Endometriose

      1. Endometriose é um tecido "semelhante" ao endométrio encontrado fora da cavidade uterina (não é um tecido neoplásico).
      2. A teoria que melhor explica a endometriose umbilical é a metaplasia celômica (teoria de Iwanoff e Meyer).
      3. UERJ – A metaplasia celômica corresponde a uma das teorias que tenta explicar a causa da seguinte patologia: endometriose.
      4. Endometriose é mais freqüente na 3o década; a endometriose externa pode se acompanhar de esterilidade; os derivados da progesterona levam à atrofia do tecido endometrial.

Manifestações Clínicas

      1. Endometriose geralmente é sintomática.
      2. São sintomas da endometriose: esterilidade e dismenorréia.
      3. FESP – Mulher, 30 anos, com dismenorréia secundária. A causa mais freqüente é: endometriose.
      4. Mulher, 32 anos, branca, nuligesta, sexualmente ativa há 10 anos. Há 4 anos não usa ACHOs (esterilidade); com dismenorréia. Exame: útero retrovertido, fixo, anexos Ý volume, císticos, dolorosos e com pouca mobilidade. O CA125 está Ý . Dx: endometriose.
      5. FESP – Mulher, 35 anos, com dor pélvica aguda, mas informou que já vem sentindo esta dor há algum tempo e que ela é cíclica, exacerbando-se no período próximo à menstruação e irradiando-se para a região lombar e MMII. Referiu, ainda, dor durante as relações sexuais e cólicas menstruais intensas. Dx: endometriose.
      6. Principal método Dx na endometriose: laparoscopia.

Tratamento

      1. Endometriose: drogas antigonadotróficas são utilizadas no tratamento da endometriose (o danazol inibe a produção do GnRH);
      2. Tratamento clínico da endometriose: estrógeno-progesterona conjugados, sem intervalo.
      3. FESP - O acetato de medroxiprogesterona é o progestágeno mais utilizado, principalmente em sua forma injetável, para o tratamento da: endometriose.
      4. TEGO - No tratamento de paciente com endometrioma de ovário: a cápsula deve ser retirada sempre que possível.

Incontinência Urinária
Fisiologia da Micção, Instabilidade do Detrussor, Incontinência Urinária de Estresse, Incontinência por Fístulas, Enurese

Fisiologia da Micção

      1. TEGO - Fisiologia da micção: condição básica para manutenção da continência urinária: estabilidade do músculo detrussor; manutenção da fáscia endopélvica; gradiente de pressão entre a uretra e a bexiga.

Instabilidade do Detrussor

      1. TEGO - Na perda urinária por instabilidade do detrussor, estão presentes: enurese noturna e urgência miccional; perda urinária algum tempo após grandes esforços.
      2. O Dx de instabilidade do detrussor pode ser firmado por: cistometria.
      3. Tratamento da instabilidade do detrussor: anticolinérgicos (colinérgicos fazem a contração da bexiga).

Incontinência Urinária de Estresse

      1. O distúrbio urinário mais freqüente no climatério é: incontinência urinária de esforço.
      2. TEGO - Na incontinência urinária de esforço, a US avalia: a amplitude de deslocamento do colo vesical.
      3. A manobra de "KEGEL" avalia: tonicidade e posicionamento dos músculos levantadores do ânus.

Incontinência Urinária por Fístulas

      1. Em relação à suspeita de fístula vesicouterina, o melhor método propedêutico é: histerografia.

Enurese

      1. TEP – Escolar, 9 anos, com enurese noturna desde os 5 anos, o que vem causando grande dificuldade de socialização da criança e ansiedade dos pais. Não há qualquer outra queixa urinária associada e há Hx familiar de enurese. Conduta: orientar os pais quanto à evolução favorável do quadro e prescrever vasopressina.

Incontinência Urinária