Ações terapêuticas.

Antineoplásico.

Propriedades.

Usada como sulfato, a vimblastina bloqueia a mitose, detém as células em metáfase e também pode interferir no metabolismo dos aminoácidos; sua ação é específica na fase M do ciclo de divisão celular. Não atravessa a barreira hematoencefálica em quantidades significativas. Sua união às proteínas é elevada (75%) e metaboliza-se no fígado. A eliminação é por via renal e biliar.

Indicações.

Carcinoma da mama, coriocarcinoma, carcinoma testicular, linfomas de Hodgkin, linfomas não-Hodgkin, sarcoma de Kaposi, doença de Letterer-Siwe. As indicações aceitas para os antineoplásicos encontram-se em revisão constante.

Posologia.

Adultos: inicial por via IV, 0,1 mg/kg ou 3,7 mg/m 2/semana com doses semanais sucessivas aumentadas em 0,05 mg/kg até que a contagem leucocitária diminua para 3.000/mm 3; dose de manutenção: IV, um aumento menor que a última dose inicial com intervalos de 7 a 14 dias a 10 mg 1 ou 2 vezes/mês. Doses pediátricas: inicial IV, 2,5 mg/m 2/semana com aumentos semanais de 1,25 mg/m 2 até que a contagem leucocitária diminua para 3.000/mm 3. Doses de manutenção: IV, um aumento menor que a última dose inicial com intervalos de 7 a 14 dias.

Reações adversas.

Muitos dos efeitos colaterais são inevitáveis e representam a ação farmacológica do medicamento, por exemplo: leucopenia e trombocitopenia. A incidência destas reações está, geralmente, relacionada com as doses. Requerem atenção médica e as incidências mais freqüentes são: febre, calafrios e dor de garganta. Incidências mais raras: artralgias, edemas dos membros inferiores, hemorragias ou hematomas não-habituais, cefaléias, enjôos, depressão mental, visão dupla, mialgias, náuseas e vômitos. A queda de cabelo é de incidência mais freqüente, porém não requer atenção médica.

Precauções.

Durante o tratamento, devem-se evitar as imunizações; evitar o contato com pessoas com infecções bacterianas ou virais. Nos pacientes com disfunção hepática, recomenda-se empregar uma dose reduzida. Caso surja leucopenia ou trombocitopenia pronunciada, recomenda-se suspender o tratamento com vimblastina e procurar detectar sinais de infecção. A vimblastina pode ser utilizada em combinação com outros fármacos em protocolos distintos: em conseqüência, a incidência ou gravidade dos efeitos secundários podem se alterar. Pode ser produzida supressão gonadal com o resultado de amenorréia ou azoospermia. Evita-se seu uso no primeiro trimestre da gravidez devido ao potencial mutagênico, teratogênico e carcinogênico destes medicamentos. Também não se recomenda seu uso durante o período de lactação. A resposta leucopênica pode ser mais pronunciada em pacientes de idade avançada, mal nutridos ou com úlceras cutâneas. Pode haver maior incidência de infecções microbianas, retardamento da cicatrização e hemorragia gengival.

Interações.

A vimblastina pode aumentar a concentração de ácido úrico no sangue, razão pela qual pode ser necessário readequar a dose da medicação antigotosa (alopurinol, colchicina, probenecida). Os depressores da medula óssea, a radioterapia e os fármacos que produzem discrasia sangüínea aumentam os efeitos depressores sobre a medula óssea.

Contra-indicações.

Varicela existente ou recente, herpes zoster. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de depressão da medula óssea, gota, disfunção hepática, infecção, e durante a gravidez e a lactação.