PIPERACILINA

Ações terapêuticas.

Antibacteriano sistêmico.

Propriedades.

A piperacilina é uma penicilina semi-sintética de amplo espectro, ativa diante de numerosas bacterias aeróbias e anaeróbias, Gram-positivas e Gram-negativas, que exerce sua atividade bactericida mediante a inibição da síntese da parede celular e dos septos. A piperacilina não é absorvida por via oral, sua função renal normal é de 30 a 90 minutos. Sua taxa de ligação com proteínas plasmáticas é baixa. É eliminada por via renal na forma inalterada (60% a 90%) em 24 horas, por filtração glomerular e secreção tubular.

Indicações.

Infecções ósseas causadas por Pseudomonas aeruginosa e enterococos. Infecções do trato geniturinário produzidas por espécies bacteróides, cocos aeróbicos, Neisseria gonorrhoeae e Streptococcus faecalis. Infecções intra-abdominais causadas por Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Clostridium. Pneumonia por anaeróbios, bacteróides, Escherichia coli, Haemophilus influenzae, Klebsiella, Serratia. Sepse, infecções de pele e tecidos moles, uretrite gonocócica não complicada causada por Neiserria gonorrhoeae. Infecções bacterianas do trato urinário por Escherichia coli, Proteus mirabilis e espécies de bacteróides.

Posologia.

Adultos: por vias IM ou IV, 3g a 4g a cada 4 a 6 horas. Gonorréia não-complicada: IM, 2g em dose única e 1g de probenecida por via oral 30 minutos antes da injeção. Sepse, pneumonia, infecções do trato geniturinário, infecções da pele e tecidos moles: IV, 2g a 3g a cada 4 horas ou 3g a 4g a cada 6 horas. Infecções do trato urinário complicadas: IV, 3g a 4g a intervalos de 6 a 8 horas. Adultos com disfunção renal podem requerer uma redução da dose. A dose máxima para adultos é de até 24g ao dia. Para crianças com idade inferior a 12 anos a dose ainda foi estabelecida; para indivíduos com idade superior a 12 anos a dose corresponde àquela definida para adultos.

Reações adversas.

São de incidência menos freqüente: gastralgia, fezes claras, colúria, icterícia, rash cutâneo, urticária, prurido, diarréia não-severa, náuseas ou vômitos. Raramente podem observar-se crises convulsivas, hemorragias ou hematomas não-habituais, fraqueza muscular.

Precauções.

O uso de penicilinas durante o período de amamentação pode propiciar sensibilização, diarréia, candidíases e rash cutâneo. Em pacientes com disfunção renal pode ser necessária a determinação do tempo de sangramento antes e durante o tratamento, em razão de haver sido registrados casos de alteração das provas de coagulação, tais como tempo de protrombina, tempo de coagulação plaquetária. Caso ocorra sangramento ou hemorragia o tratamento com piperacilina deve ser suspenso.

Interações.

Fármacos hepatotóxicos administrados simultaneamente com piperacilina podem ter seu potencial hepatotóxico aumentado. A probenecida pode diminuir a secreção tubular renal e causar aumento e prolongamento da concentração sérica da piperacilina, com aumento do risco de toxicidade devida a esta última. Os fármacos bacteriostáticos (cloranfenicol, eritromicina, sulfamida, tetraciclinas) podem interferir com os efeitos bactericidas das penicilinas, de onde se recomenda evitar a terapêutica simultânea com esses fármacos, principalmente em situações onde se requeira pronto efeito bactericida.

Contra-indicações.

A pipericilina deverá ser empregada com precaução nos seguintes quadros clínicos: antecedentes de alergia geral (asma, eczema, febre do feno, urticária), antecedentes de distúrbios hemorrágicos ou de doenças gastrintestinais (colite ulcerativa, enterite regional ou colite associada a antibióticos), disfunção hepática ou renal.