Ações terapêuticas.

Antiepilético.

Propriedades.

Compartilha a maioria das propriedades da carbamazepina, da qual é derivado.

Indicações.

Epilepsia. Tratamento das crises convulsivas parciais com sintomatologia simples ou complexa, crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas (grande mal), crises convulsivas mistas. Anticonvulsivo de primeira escolha. Neuralgia do trigêmeo.

Posologia.

O tratamento com oxcarbazepina em regime monoterapêutico e politerapêutico será aplicado paulatinamente, e a posologia será adaptada às necessidades individuais do paciente. Adultos monoterapia: a dose inicial será de 300mg 1 vez ao dia, que será aumentada de forma gradual até obter-se uma resposta ótima, geralmente 600mg a 1,2g diários aproximadamente. Politerapia (em pacientes com epilepsia grave e casos refratários ao tratamento): a dose inicial será de 300mg 1 vez ao dia, que deverá ser aumentada de forma gradual até obter-se uma resposta ótima. A dose de manutenção é de 900mg a 3g diários, aproximadamente. Crianças: a experiência com oxcarbazepina é limitada em menores e não está disponível experiência com crianças menores de 3 anos. Devido a esta experiência limitada, as recomendações posológicas são as seguintes: independente de sua administração em regime monoterapêutico ou politerapêutico, o tratamento deverá ser aplicado com 10mg/kg de peso corporal ao dia; esta dose será aumentada de forma gradual. A dose diária de manutenção recomendada está ao redor de 30mg/kg de peso corporal.Se a crise não for controlada, a dose deverá ser aumentada conforme os casos, à razão de 10mg/kg de peso corporal ao dia. Quando uma dose exata (mg/kg) não possa ser obtida em crianças com os comprimidos disponíveis e se estime a necessidade de tratá-las com oxcarbazepina, será tomada a decisão de administrar uma dose aproximada, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. Mesmo que em certos pacientes seja possível a administração em 2 ingestões ao dia, recomendam-se, geralmente, 3 ingestões diárias. Os comprimidos serão ingeridos durante ou após as refeições, junto com líquido. Superdosagem: os pacientes intoxicados com uma superdosagem de oxcarbazepina deverão ser tratados de forma sintomática. O fármaco deverá ser eliminado ou inativo. Aconselha-se vigiar as funções vitais, prestando atenção especial aos distúrbios da condução cardíaca, às alterações eletrolíticas e aos problemas respiratórios. O paciente deverá ser hospitalizado.

Reações adversas.

Costumam ser de natureza leve e passageira, são provocadas principalmente no início do tratamento e, geralmente, retornam ao prosseguir a medicação. Os efeitos colaterais mais comuns que se têm informado durante a fase de dose inicial são fadiga, vertigem e ataxia. Nos estudos clínicos com oxcarbazepina administrada em regime monoterapêutico, foram informados os seguintes efeitos colaterais. Sistema nervoso central e periférico: freqüentes: fadiga; ocasionalmente, vertigem, distúrbios da memória, cefaléias, tremor, distúrbios dos sonos, parestesias. E raramente, instabilidade psíquica, tinnitus, ataxia, depressão, distúrbios visuais, ansiedade. Trato gastrintestinal: ocasionalmente, distúrbios gastrintestinais, por exemplo, náuseas. Reações de hipersensibilidade: ocasionalmente, eritemas. Sangue: ocasionalmente, decréscimo da contagem leucocitária (flutuante, passageiro). Fígado: ocasionalmente, aumento ligeiro das transaminases; em casos isolados, aumento da fosfatase alcalina. Aparelho cardiovascular: raramente, hipotensão ortostática.Outros: ocasionalmente, aumento de peso, edema, hiponatremia, diminuição da libido nos homens, menstruação irregular; raramente, perda de peso. Além disso, em crianças (que recebem politerapia), vômitos, agressividade, febre (de origem desconhecida).

Precauções.

Como existe a possibilidade de diminuição de sódio sérico durante a medicação com oxcarbazepina, recomenda-se medi-lo antes e após o início do tratamento, a intervalos regulares. Os doentes com baixos níveis de sódio sérico e os que estão sendo tratados com diuréticos deverão ser vigiados estritamente. A oxcarbazepina tem um potencial indutor enzimático menor que a carbamazepina. Portanto, se a carbamazepina ou outros antiepiléticos enzimáticos são retirados dos pacientes que estão recebendo politerapia, e são substituídos pela oxcarbazepina, pode ser necessário reduzir a posologia da medicação concomitante. Desconhece-se a influência renal e hepática na eliminação do fármaco. Em pacientes com disfunção renal ou hepática, a dose da droga deverá ser indicada com cautela, e os níveis plasmáticos da droga serem controlados. O mesmo deverá ocorrer em indivíduos com doenças cardiovasculares graves e de idade avançada.Se o tratamento com oxcarbazepina for interrompido bruscamente, por exemplo, por efeitos colaterais graves, a troca por outro antiepilético será realizada sob proteção, por exemplo, com diazepam e vigilância estrita. Já que a oxcarbazepina deprime o sistema nervoso central, os pacientes tratados deverão renunciar ao consumo de bebidas alcoólicas. A alergia cruzada à oxcarbazepina é produzida aproximadamente em 25% dos doentes alérgicos à carbazepina. É provável que esta alergia cruzada ocorra pela semelhança estrutural entre ambos os fármacos. Portanto, a oxcarbazepina será indicada com cautela em pacientes alérgicos. Efeitos sobre a capacidade de conduzir ou dirigir máquinas: dado que exerce um efeito sedativo, pode reduzir a capacidade do paciente para conduzir veículos ou dirigir máquinas. Gravidez: como regra geral, durante os três primeiros meses de gravidez, o medicamento não deverá ser empregado e a relação risco-benefício deverá ser avaliada cuidadosamente durante todo o período de gestação.A oxcarbazepina e seu metabólito ativo atravessam a barreira placentária. Os níveis plasmáticos da mãe e dos recém-nascidos são similares. Não há experiência para determinar a segurança da oxcarbazepina na gravidez humana. O emprego da oxcarbazepina deverá ser evitado durante a gravidez, principalmente nos três primeiros meses, a menos que a medicação seja essencial e não haja outra alternativa segura. Dose mínima, que seja eficaz, deverá ser administrada e recomenda-se controlar os níveis séricos. Lactação: como regra geral, a relação risco-benefício deverá ser avaliada durante a lactação. A oxcarbazepina e seu metabólito ativo passam ao leite materno. Foi comprovado que a concentração no plasma de ambas as substâncias é o dobro da concentração no leite materno. Não há experiência para determinar a segurança da oxcarbazepina durante a lactação. Não pode ser excluída a possibilidade de efeitos não desejados ao lactente; por isso, recomenda-se suspender a lactação nestes casos.

Interações.

Até o momento, somente está disponível informação limitada sobre as interações entre a oxcarbazepina e outros antiepiléticos ou outros fármacos. Os estudos clínicos revelaram que a oxcarbazepina somente intensifica ligeiramente - se faz - a eliminação da fenitoína e do ácido valpróico quando administrados ao mesmo tempo. Entretanto, pode ser aconselhável determinar o nível plasmático da droga. Conforme os estudos farmacocinéticos, as principais transformações metabólicas da oxcarbazepina e seu metabólito ativo, o derivado 10-monoidroxi, não dependem do sistema enzimático do citocromo P-450. Portanto, a inibição ou indução deste sistema enzimático por outros agentes terá pouco efeito na farmacocinética da oxcarbazepina e seu metabólito ativo. Contrariamente, é pequeno o risco de que a oxcarbazepina atue sobre a farmacocinética de outros preparados. Contudo, deverá ter-se em conta a possibilidade de que sejam produzidas interações medicamentosas com a oxcarbazepina até que estes achados farmacocinéticos sejam confirmados pelos dados clínicos.

Contra-indicações.

Hipersensibilidade conhecida à oxcarbazepina.