Ações terapêuticas.
Vasodilatador.
Propriedades.
A nitroglicerina é um derivado do nitrato orgânico que se metaboliza rapidamente no fígado por uma nitrato-redutase. Foi demonstrado in vitro que a biotransformação da nitroglicerina é produzida ao mesmo tempo que o relaxamento da musculatura lisa vascular. Dessa maneira, a droga atua sobre as veias sistêmicas e as grandes artérias. Em angina pectoris aumenta a capacidade das veias, o que diminui o retorno venoso ao coração e a pressão diastólica no VE, razão pela qual as necessidades de oxigênio são menores. Na circulação arterial coronária, dilata os vasos de pouca resistência, o que dá origem a uma distribuição do fluxo coronário. Se o ateroma estiver localizado excentricamente, dilata as estenoses arteroscleróticas. Também dilata o leito arteriocular, com diminuição da resistência vascular sistêmica.
Indicações.
Angina pectoris, como monoterapia ou em combinação com outros antianginosos, como beta-bloqueadores ou antagonistas dos canais do cálcio. Insuficiência cardíaca em pacientes que não respondem ao tratamento convencional com digital e outros fármacos inotrópicos positivos e diuréticos.
Posologia.
Dose para evitar a crise de angina pectoris: 5mg de forma sublingual. No caso de ataque: 1 comprimido de 5mg sublingual, e repetir a dose em 2 ou 3 minutos. Dose máxima diária: 30mg/via sublingual.
A dose em ampolas será estabelecida conforme indicação médica; geralmente, 15 a 100mg por minuto, solução prévia em soro glicosado ou salino.
Emplasto: geralmente o tratamento é feito com 1 emplasto ao dia, que libera 0,2mg/hora de nitroglicerina, ou 1 emplasto que libera 0,4mg/hora até uma dose máxima de 0,8mg/hora (ou seja, 2 emplastos de liberação de 0,4mg/hora).
Reações adversas.
Como outros nitroderivados, pode causar cefaléias pela vasodilatação cerebral, dependendo da dose. Avermelhamento da pele com ou sem prurido, ou dermatite alérgica de contato (no caso de emplastos transdérmicos). Em raras ocasiões, hipotensão ortostática acompanhada de taquicardia reflexa. Náuseas e vômitos.
Precauções.
Após um tratamento prolongado com a droga, para mudar a terapêutica, a administração deverá ser suspensa gradualmente. No caso de enfarte de miocárdio recente ou insuficiência cardíaca aguda, realizar o tratamento com precaução sob controle hemodinâmico. Deve-se ter cuidado em pacientes com hipoxemia arterial devida à anemia, dado que neles a biotransformação da nitroglicerina se encontra reduzida. Pode agravar a angina causada por cardiomiopatia hipertrófica. Deve-se empregar com precaução durante a gravidez, principalmente no primeiro trimestre.
Interações.
A administração simultânea com outros vasodilatadores, antagonistas dos canais do cálcio, inibidores da ECA, beta-bloqueadores, diuréticos, anti-hipertensivos, antidepressivos e neurolépticos, reforça o efeito hipotensor da nitroglicerina. Ao indicá-la juntamente com diidroergotamina, aumenta a biodisponibilidade desta.
Contra-indicações.
Hipersensibilidade conhecida à nitroglicerina e a nitroderivados orgânicos. Insuficiência circulatória aguda associada com hipotensão. Afecções causadas pelo aumento da pressão intracraniana. Insuficiência miocárdica devido à obstrução (estenose aórtica, mitral ou pericardite constritiva).