METRONIDAZOL

Ações terapêuticas.

Antibacteriano, antiparasitário, anti-helmíntico.

Propriedades.

De origem sintética, pertence ao grupo dos nitroimidazóis, ativo contra a maioria das bactérias anaeróbias obrigadas e protozoários, mediante a redução química intracelular que é efetuada por mecanismos únicos do metabolismo anaeróbico. O metronidazol reduzido, que é citotóxico, porém de vida curta, interage com o DNA e produz uma perda da estrutura helicoidal, ruptura da cadeia e inibição resultante da síntese de ácidos nucléicos e morte celular. Absorve-se bem por via oral, atravessa a placenta e a barreira hematoencefálica. Sua união às proteínas é baixa, metaboliza-se no fígado por oxidação da cadeia lateral e conjugação com o glicurônio do 2-hidroximetil (também ativo) e outros metabólitos. As concentrações séricas máximas que seguem uma dose oral de 250mg, 500mg e 2g são de 6, 12 e 40mg por ml, respectivamente. Elimina-se por via renal em 60% a 80%. Desta quantidade, 20% são excretados inalteradamente pela urina; 6 a 15% são eliminados nas fezes, encontrando-se metabólitos inativos.Também é excretado no leite materno.

Indicações.

Profilaxia de infecções perioperatoriais e tratamento de infecções bacterianas por anaeróbios. Amebíase e tricomoníase. Vaginite por Gardnerella vaginalis, giardíase e algumas infecções por protozoários, anaeróbios, doença intestinal inflamatória, helmintíase.

Posologia.

Os pacientes com disfunção hepática grave metabolizam o metronidazol lentamente. A forma oral pode ser ingerida com alimentos para diminuir a irritação gastrintestinal. No caso de tricomoníase, o casal sexual deverá realizar a terapêutica de forma simultânea. O metronidazol parenteral só pode ser administrado por infusão IV contínua e intermitente, durante um período de 1 hora. Infecções por anaeróbios: 7,5mg/kg/6 horas, durante 7 dias ou mais. Dose máxima: 1g/kg. Vaginite, colite pseudomembranosa, doença inflamatória do intestino: 500mg a cada 6 horas. Antiprotozoário: amebíase 500 a 750mg 3 vezes ao dia, durante 5 a 10 dias. Giardíase: 2g, 1 vez ao dia durante 3 dias, ou 250 a 500mg 3 vezes ao dia durante 5 a 7 dias. Tricomoníase: 2g como dose única, 1g 2 vezes ao dia durante 1 dia, ou 250mg 3 vezes ao dia durante 7 dias. Dose máxima adultos: 4g diários. Doses pediátricas usuais: como antibacteriano, a dose não foi estabelecida. Antiprotozoário: amebíase: 11,6 a 16,7mg/kg, três vezes ao dia durante 10 dias. Giardíase: 5mg/kg, três vezes ao dia, durante 5 a 7 dias.Tricomoníase: 5mg/kg três vezes ao dia durante 7 dias. Forma injetável infecções por anaeróbios: iniciar com 15mg/kg, depois 7,5mg/kg até o máximo de 1g a cada 6 horas durante 7 dias ou mais. Amebíase: 500 a 750mg a cada 8 horas durante 5 a 10 dias. A dose não foi estabelecida para crianças.

Reações adversas.

São de incidência mais freqüente: intumescimento, dor ou debilidade nas mãos e pés, principalmente com doses elevadas ou uso prolongado. Erupção cutânea, urticária, prurido (por hipersensibilidade). Sobre o SNC: torpor ou instabilidade, crises convulsivas (com doses elevadas). Se persistirem, requerem atenção médica: diarréias, tonturas, náuseas, vômitos, anorexia.

Precauções.

O metronidazol atravessa a placenta e penetra rapidamente na circulação fetal, e, mesmo que não tenham sido demonstrados defeitos no feto, seu uso não é recomendado no primeiro trimestre da gravidez. Também não deve ser usado o ciclo de terapêutica de 1 dia, posto que produz concentrações séricas fetais e maternas mais altas. Seu uso não é recomendado no período de lactação, porque pode produzir efeitos adversos ao lactente. Caso seja necessário o tratamento com metronizadol, o leite materno deve ser extraído e descartado, reiniciando a lactação 24 a 48 horas após completar o tratamento. Produz secura na boca, o que pode contribuir para o desenvolvimento de cáries, candidíase oral e mal-estar.

Interações.

Não é recomendável o uso simultâneo com álcool, porque pode produzir acúmulo de acetaldeído por interferência com a oxidação do álcool e originar cãibras abdominais, náuseas, vômitos e cefaléias. Os anticoagulantes potencializam seu efeito, igual ao do metronidazol, devido à inibição do metabolismo enzimático dos anticoagulantes. O uso simultâneo com dissulfiram deve ser evitado porque pode produzir confusão e reações psicóticas.

Contra-indicações.

A relação risco-benefício deverá ser avaliada em doenças orgânicas ativas do SNC, incluindo epilepsia, discrasias sangüíneas, disfunção cardíaca ou hepática grave.