Ações terapêuticas.

Hipoglicemiante.

Propriedades.

É uma sulfoniluréia que reduz os valores de glicemia aos normais em pacientes com diabetes mellitus não-dependentes de insulina. Elimina ou diminui a glicosúria e melhora os sintomas de poliúria, polidipsia e prurido. Atua estimulando a secreção de insulina a partir das células beta das ilhotas do tecido pancreático. O controle da glicemia persiste até 24 horas após a administração de 1 dose única de glipizida. Sua absorção é uniforme, rápida e praticamente completa. Os picos de concentrações plasmáticas aparecem ao cabo de 1 a 3 horas após a administração. Une-se às proteínas plasmáticas em 99%. Metaboliza-se principalmente no fígado e é excretada pela urina. Induz alterações favoráveis nos perfis lipoprotéicos plasmáticos de pacientes tratados por diabetes mellitus.

Indicações.

Coadjuvante da dieta para diminuir a glicemia em pacientes com diabetes mellitus não-dependente de insulina (tipo II). O tratamento não deve ser um substituto da dieta, e sim adicional.

Posologia.

Não existe um regime fixo de dose. A glicemia do paciente deve ser determinada de maneira periódica para fixar a dose mínima eficaz, assim como para detectar o fracasso do tratamento. Em geral, deve ser administrada 30 minutos antes dos alimentos, para obter uma maior redução da hiperglicemia pós-prandial. Dose inicial: 5mg/dia, 30 minutos antes do desjejum ou da refeição. Em pacientes idosos, com hepatopatias ou em diabéticos leves, deverá iniciar-se com 2,5mg. De acordo com a resposta, os ajustes de dose serão de 2,5 a 5mg. A dose inicial máxima recomendada é de 15mg. Dose de manutenção: a longo prazo podem-se administrar doses totais diárias superiores a 30mg, fracionadas em 2 doses. A dose máxima diária de manutenção é de 40mg. Doses superiores a 15mg deverão ser fracionadas. Em pacientes idosos ou debilitados, diminuir a dose. Se o paciente era tratado com insulina, ao passar para glipizida deve-se considerar: se a necessidade diária de insulina era 20UI, pode ser suspensa e inicia-se com glipizida nas doses recomendadas; em pacientes com doses de insulina superiores a 20UI, reduzir-se-ão 50% e deverá ser iniciada a glipizida nas doses habituais.Conforme a resposta do paciente, a dose de insulina continuará sendo reduzida.

Reações adversas.

A maioria relaciona-se com a dose, em geral são transitórias e respondem com a redução ou supressão terapêutica. Alguns efeitos colaterais graves estão associados com a hipersensibilidade à droga. Sintomas de hipoglicemia (fome, palpitações, sudorese). Doenças gastrintestinais (náuseas, diarréia, constipação e gastralgia). Reações alérgicas cutâneas (eritema, urticária, prurido e eczema). Enjôos, sonolência e cefaléias.

Precauções.

Com a finalidade de evitar episódios hipoglicêmicos, devem-se selecionar com cuidado os pacientes e as doses. A insuficiência hepática ou renal acentua esta ação. Pode ser difícil reconhecer a hipoglicemia em idosos e em pacientes que estejam sendo medicados com bloqueadores betadrenérgicos. Pode diminuir seu efeito hipoglicemiante ao longo do tempo por progressão da doença ou diminuição da resposta ao fármaco. O paciente deve ser advertido da importância da manutenção da dieta, exercício moderado e determinação regular de glicose na urina e no sangue.

Interações.

Sua ação é potencializada pelos antiinflamatórios não-esteróides, salicilatos, sulfonamidas, cloranfenicol, cumarínicos, IMAO e bloqueadores betadrenérgicos. A interação de glipizida e miconazol oral pode produzir hipoglicemia grave. Fármacos que tendem a produzir hiperglicemia: tiazidas, corticóides, fenotiazidas, produtos tireóideos, estrogênios, ácido nicotínico, bloqueador dos canais de cálcio e isoniazida.

Contra-indicações.

Pacientes com hipersensibilidade ao fármaco, cetoacidose diabética, com ou sem coma. Diabetes mellitus dependente de insulina. Gravidez e período de lactação.