A eritropoetina é um hormônio glicoproteico, normalmente produzido pelos rins em resposta à hipóxiatissular, estimulando a medula óssea a produzir pronormoblastos que originarão eritrócitos maduros. A eritropoetina obtida por técnica de recombinação genética é idêntica à natural humana.
Sua meia- vida após administração IV é de 4 a 7 horas.

A administração da eritropoetina induz um aumento da massa de células vermelhas, tendo- se demonstrado que corrige a anemia da insuficiência renal. A resposta à estimulação da eritropoetina na massa celular de glóbulos vermelhos "in vivo" é obtida em 1 a 2 dias.

Tendo em vista o prazo de tempo requerido para a eritropoiese - de vários dias para que células proeritroblasto maturem e entrem na circulação - um aumento clinicamente significativo no hematócrito não é observado em menos que 2 semanas e para alguns pacientes podem ser necessárias até 6 semanas. Assim, HEMAX não é indicado para a imediata correção de anemia severa.

Até o momento não foram detectados anticorpos anti- eritropoetina recombinante nos pacientes tratados.

INDICAÇÕES

  • Anemia por insuficiência renal crônica em pacientes pré e sob diálise.
  • Anemia associada ao câncer e quimioterapia (mielossupressora ou nefrotóxica).
  • Anemia do portador de AIDS e submetido ao tratamento com zidovudina (AZT).
  • Uso da eritropoetina humana recombinante em procedimentos pré e perioperatórios.
  • Doenças crônico- degenerativas, como por exemplo, artrite reumatóide.

CONTRA-INDICAÇÕES

Gravidez e aleitamento. Hipersensibilidade à eritropoetina.

Hipertensão arterial grave não controlada ou de difícil controle.

PRECAUÇÕES

Em pacientes com hipertensão arterial descompensada, com enfermidades isquêmicas e convulsões à anamnese, a eritropoetina deve ser usada com grande precaução e sob controle clínico severo.
Durante o tratamento, é necessário controlar a pressão arterial, a hemoglobina e os eletrólitos séricos. Existem informações de que pacientes, que respondem ao tratamento com rapidez, podem apresentar reações hipertensivas, aparecendo cefaléia e hipertensão que devem ser combatidas com anti- hipertensivos do tipo vasodilatador periférico, evitando-se usar diuréticos que podem aumentar a hemoconcentração. Durante o tratamento com o produto, a hemoglobina deve ser avaliada uma a duas vezes por semana, até que se chegue a um valor estável de 10-12 g/dl. Após a estabilização, os controles devem ser semanais. Durante a supressão da anemia é possível que haja aumento de apetite, associado com maior absorção de potássio. Se durante a diálise se produzir hipercalemia, deve-se fazer tratamento adequado. Um aumento de coagulação do sangue durante a diálise pode requerer o uso de heparina. Em alguns casos pode ocorrer aumento da uréia e creatinina em comparação aos valores pré-diálise, o que é atribuído a uma diminuição do fluxo plasmático e a um aumento da absorção de proteínas.

PRECAUÇÕES ESPECIAIS

A eritropoetina é usada por via intravenosa e/ou subcutânea e não pode ser administrada com outras substâncias.

Até o momento não se estabeleceu a inocuidade e a eficácia do produto em crianças.

No caso do aparecimento de hipertensão, deve excluir- se uma sobrecarga de líquidos e instituir tratamento específico. Em certas situações deve-se efetuar uma flebotomia, sobretudo quando a hemoglobina supera 12 g/dl, ou aumento maior que 2 g/dl/mês.

Se apesar do tratamento específico ocorrer encefalopatia hipertensiva aguda, com ou sem convulsões, o tratamento com eritropoetina deve ser suspenso. Neste caso, a concentração de hemoglobina diminui 0,5 g/dl/semana.

O E.E.G. e a tomografia são úteis para excluir outras causas de convulsões. O tratamento pode ser reiniciado sob estrito controle da hemoglobina, até que esta se estabilize por volta de 10- 12 g/dl.

REAÇÕES ADVERSAS

Dor nos ossos, febre, transpiração, tremor e câimbras abdominais podem aparecer, mas regridem espontaneamente 10- 12 horas após a injeção.

Têm sido descritos, também, o aparecimento de conjuntivites, hipercalemia, aumento do apetite, convulsões do tipo Grande Mal, reações cutâneas, edema de pálpebras de possível origem alérgica, hipertensão arterialtrombose do local de acesso ao vaso.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

Até o momento não foram observadas interações clinicamente significativas. O efeito eritropoético do produto pode intensificar- se caso haja administração concomitante de substâncias com ação hematopoética, como sulfato ferroso, quando existe um estado deficitário.

DOSE MÁXIMA E MÍNIMA

Dose máxima: 200 UI/kg 3 vezes por semana.

Dose mínima: 20 UI/kg 3 vezes por semana.

POSOLOGIA E FORMA DE ADMINISTRAÇÃO

Anemia da insuficiência renal crônica: Na anemia da insuficiência renal crônica, a dose recomendada para HEMAX é de 25 a 50 U/kg, três vezes por semana, em administração intravenosa, por 1 a 2 minutos. Incrementos posteriores da dose vão depender da resposta inicial e da urgência em se corrigir a anemia. Essa dose inicial poderá ser aumentada em 25 U/kg de cada vez, em intervalos de 4 semanas. Não se deve exceder a dose máxima de 200 U/kg, repetida 3 vezes por semana. Pacientes portadores de anemia com doença renal terminal (pré- diálise) e pacientes em CAPD também podem receber HEMAX, com este esquema posológico descrito.
Quando se atinge um valor para hemoglobina de 10 a 12 g/dl (hematócrito de 30 a 35%), a dose de manutenção semanal pode ser dividida em duas ou três injeções. Fica a critério do médico o nível dehemoglobina que considerar mais adequando para determinado paciente. Entretanto, taxas de hemoglobinaentre 10 e 12 g/dl têm sido bem toleradas. Os pacientes que iniciam o tratamento com níveis muito baixos de hemoglobina (inferiores a 6 g/dl) poderão necessitar doses de manutenção maiores do que a dos pacientes que iniciam o tratamento com hemoglobina acima de 8 g/dl. O esquema posológico para pacientes pediátricos é semelhante àquele utilizado para a população adulta. Deve- se seguir atentamente a elevação dos parâmetros hematológicos (hematócrito e hemoglobina). Deve-se controlar as condições do ferro sérico, antes e durante o tratamento, e uma suplementação com ferro deverá ser feita, se necessário. Diminuição de resposta terapêutica poderá ser observada, também, em pacientes com infecção ou intoxicação por alumínio.

Anemia do câncer/AIDS: A dose inicial recomendada para HEMAX está entre 100 a 200 U/kg, administrado por via intravenosa ou subcutânea, três vezes por semana. Para os pacientes portadores de anemiaassociada ao câncer e quimioterapia antineoplásica deve- se esperar uma flutuação dos parâmetros hematológicos (hematócrito e hemoglobina) mesmo com o uso do HEMAX, devido à progressão da moléstia de base, perdas sangüíneas e o uso de quimioterápicos mielodepressores. Para os pacientes portadores deanemia associada à AIDS e ao uso do AZT, espera-se uma resposta mais consistente naqueles que possuem níveis de eritropoetina endógena igual ou abaixo de 500 mU/ml que recebem AZT em doses iguais ou menores do que 4.200 mg por semana. O uso de HEMAX nestes grupos de pacientes (câncer e AIDS) eleva o hematócrito e a hemoglobina e reduz a necessidade de transfusões de sangue. A resposta terapêutica ao HEMAX pode estar reduzida, em função da incidência de infecções ou atividade inflamatória. Ao se atingir 38% de hematócrito deve-se iniciar o tratamento de manutenção que, em geral, é feito com doses menores que a inicial, administradas duas a três vezes por semana, embora seja necessário estabelecer um esquema individual para cada condição.

Atenção:

Antes de se iniciar a terapêutica com HEMAX, os estoques de ferro no organismo dos pacientes devem ser analisados incluindo- se uma avaliação dos Índices de Saturação da Transferrina (Ferro sérico dividido pela Capacidade de Ligação de Ferro) e Ferritina séricas. Os índices de Saturação de Transferrina devem ser de no mínimo de 20% e a Ferritina sérica de no mínimo 100 ng/ml.
Suplemento com produtos à base de ferro podem ser necessários para aumentar ou manter os níveis de Saturação de Transferrina, que suportem de modo adequado a eritropoiese estimulada.

CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO

O produto não deve ser administrado em infusão ou combinado a outras soluções parenterais. A injeção só deve ser aplicada IV e muito lentamente (1 a 2 minutos). Pacientes sob hemodiálise devem tomar a injeçãoapós a sessão de diálise.

CONDUTA NA SOBREDOSAGEM - HEMAX - Eritron

Poderá ocorrer hipertensão arterial e suas complicações.