Ações terapêuticas.

Indutor do parto. Ocitócico.

Propriedades.

A dinoprostona (protaglandina E 2) é um produto natural que estimula a contração do miométrio do útero grávido, de modo similar ao que é observado no parto no útero a término. Desconhece-se se a dinoprostona exerce esse efeito em forma direta ou indireta; mesmo assim, sua administração tópica vaginal é suficiente, na maioria dos casos, para promover o esvaziamento do conteúdo uterino. Sua ação também é exercida sobre o estímulo da contração do músculo liso gastrintestinal, que se reflete em diarréia e vômitos sofridos com freqüência em mulheres que recebem dinoprostona para terminar a gravidez. A dinoprostona pode produzir uma diminuição da pressão sangüínea, que não foi observada com as doses utilizadas clinicamente. O aumento da temperatura corporal é outro efeito observado em algumas pacientes.

Indicações.

Em doses elevadas (mais 20mg por dia): a dinoprostona está indicada para o término da gravidez entre as semanas 12 e 20 de gestação, calculadas desde o primeiro dia do último período fetal normal. Também está indicada para o esvaziamento do conteúdo uterino em casos de aborto perdido ou morte fetal intra-uterina, até a semana de gestação 28 calculada desde o primeiro dia do último período fetal normal. Também pode ser utilizada no manejo da mola hidatiforme benigna (doença trofoblástica gestacional não-metastática). Em doses baixas (até 12mg diários) está indicada para a indução do parto, sempre que não existam contra-indicações maternas ou fetais para sua aplicação. Também está indicada em outras condições obstétricas: ovo morto e retido, feto morto e doença trofoblástica benigna (não-metastática).

Posologia.

Na indução do parto a dose deve ser adaptada à resposta da paciente e mantida sempre no nível mais baixo que possa produzir uma resposta uterina satisfatória. A dose habitual é de 3mg, em um comprimido vaginal que deve ser colocado no fundo do saco vaginal posterior. Em caso de não ocorrerem contrações pode-se aplicar um segundo comprimido vaginal depois de 6 a 8 horas. A dose máxima diária não deve exceder a 6mg. Recomenda-se não utilizar dinoprostona durante mais de 2 dias. Para finalização precoce da gravidez, por ovo morto e retido ou feto morto, administram-se 20mg que poderão ser repetidos em intervalos de 3 a 5 horas até o parto.

Superdosagem.

A presença de hipertonia ou contrações intensas e irregulares do útero pode estar associada à superdose. O tratamento da superdose deve ser sintomático, pois os estudos clínicos com antagonistas das prostaglandinas não progrediram o suficiente para recomendá-los.

Reações adversas.

Os estudos clínicos relatam poucos efeitos adversos pelo emprego de dinoprostona na dose de 6mg (máxima) diários para a indução do parto. Foram observados problemas gastrintestinais, náuseas, vômitos, hipercontractilidade uterina com bradicardia fetal e sem ela, rápida dilatação cervical, dor de cabeça.

Precauções.

A dinoprostona deve ser utilizada somente sob estrita vigilância médica. Deve-se ter especial cuidado com a administração de dinoprostona em pacientes com antecedentes de glaucoma, asma ou antecedente de doença asmática. A dinoprostona pode produzir taquissistolia uterina e hipertonia que, ao mesmo tempo, podem ser causas de rotura uterina. Estudos em animais, com altas doses durante períodos prolongados, demonstraram que as prostaglandinas das séries E e F podem induzir a proliferação óssea. Não há evidências de que a administração de dinoprostona a curto prazo possa provocar efeitos similares a nível ósseo. Deverá ser avaliada a relação céfalo-pelviana, como também controlar cuidadosamente a dilatação cervical durante o trabalho de parto para prevenir a hipertonia ou a taquissistolia uterina. Em pacientes com antecedentes de contractilidade uterina hipertônica ou de contrações uterinas tetânicas, recomenda-se monitorar a atividade uterina assim como o estado do feto.As prostaglandinas podem potenciar o efeito da ocitocina, portanto não devem ser administradas em forma conjunta. Sua administração em seqüência exige um monitoramento cuidadoso da atividade uterina da paciente. Recomenda-se seu uso em hospitais com unidades obstétricas especializadas com cobertura médica durante 24 horas.

Interações.

A dinoprostona pode potenciar a ação de outros fármacos ocitócicos, portanto se recomenda não administrar em conjunto.

Contra-indicações.

Hipersensibilidade à dinoprostona. Doença inflamatória pélvica aguda. Pacientes com doença cardíaca ativa, doença pulmonar, renal ou hepática. Também pacientes nas quais os fármacos ocitócicos estão contra-indicados ou nas quais as concentrações uterinas intensas e freqüentes consideram-se inadequadas pelos antecedentes de cesária prévia, desproporção céfalo-pelviana, evidência definitiva de risco fetal e pacientes multíparas com seis ou mais gestações anteriores.