Ações terapêuticas.

Anti-hipertensivo. Vasodilatador. Hiperglicemiante.

Propriedades.

É um derivado da benzotiadiazina que, apesar da sua semelhança química com o diurético tiazídico clorotiazida, carece da ação diurética, mas desenvolve um potente efeito vasodilatador arterial sem afetar os vasos venosos de capacitância, como ocorre com o nitroprussiato de sódio. O diazóxido provoca uma diminuição da pressão arterial por diminuição da resistência vascular periférica, devido à vasodilatação arteriolar direta por depressão da musculatura lisa, enquanto que o cárdio-estímulo é secundário e de natureza reflexa, e também atribuído à liberação de catecolaminas desde a medula adrenal que é ativada. Em tratamentos crônicos o diazóxido produz hiperglicemia que dura de 12 a 24 horas após a injeção intravenosa (IV) e pode ser neutralizado pela administração de insulina ou de hipoglicemiantes orais.Esse efeito se deve à inibição da secreção de insulina pelo pâncreas e, em parte, à liberação de catecolaminas. O diazóxido é bem absorvido por todas as vias incluindo o trato gastrintestinal, mas não é empregado por via oral. Sua biodisponibilidade é ampla e sua meia-vida prolongada; aproximadamente de 28 horas. É pouco metabolizado pelo organismo; a maior parte é eliminada pelo rim. Esse processo é lento pois o fármaco elimina-se por filtração glomerular com reabsorção tubular. A injeção intravenosa de diazóxido provoca uma diminuição da pressão arterial sistólica, diastólica e média, que começa após 2 minutos, atinge seu efeito máximo entre 3 e 5 minutos e perdura por 9 a 12 horas. Sua potência farmacológica é semelhante (equipotente) à do nitroprussiato de sódio e muito maior que a da hidralazina.A repetição da dose produz uma queda de tensão maior e mais prolongada tanto em posição supina como ereta. Esse efeito hipotensor é acompanhado por um aumento do volume minuto cardíaco (40%) e da freqüência, uma diminuição da hemodinamia renal, do fluxo plasmático e do volume de filtração, o que obriga ao emprego simultâneo de diuréticos de potência alta como a furosemida. A vasodilatação arterial que isso provoca estimula a atividade simpática e a secreção de renina, gerando aumento do volume minuto cardíaco e retenção hidrossalina.

Posologia.

Como anti-hipertensivo: administra-se exclusivamente por via intravenosa em bólus de 1mg/kg; a mesma dose pode ser administrada novamente após um intervalo de 10 a 15 minutos. A resposta hipotensora é atingida entre 3 e 5 minutos. Como hiperglicemiante. Adultos e crianças: a dose habitual é de 3 a 8mg/kg fracionados em 2 ou 3 doses iguais cada 12 ou 8 horas. Lactentes e recém-nascidos: a dose diária habitual é de 8 a 15mg/kg fracionados em 2 ou 3 doses iguais cada 12 ou 8 horas. Uma dose inicial apropriada é de 10mg/kg fracionados em 3 doses iguais cada 8 horas.

Superdosagem.

A superdose ou terapias prolongadas com doses elevadas geram hiperglicemia e retenção hidrossalina. Aconselham-se insulinoterapia e reposição hidroeletrolítica.

Contra-indicações.

Infarte agudo de miocárdio. Insuficiência coronariana. Diabete descompensada. Aneurisma dissecante de aorta. Feocromocitoma. Hipersensibilidade aos fármacos e aos derivados triazídicos.