Ações terapêuticas.

Anti-histamínico H 1.

Propriedades.

Derivado da propilamina, bloqueador competitivo dos receptores H 1, antagoniza os efeitos provocados pela histamina. Por não bloquear a liberação do acetacóide, previne, mas não reverte as respostas por ele mediadas, quando já iniciadas. A ação antimuscarínica produz um efeito secante na mucosa nasal. Atravessa a barreira hemato-encefálica e provoca sedação devido à ocupação de receptores H 1 cerebrais, relacionados com o controle dos estados de vigília. Bloqueia a resposta à acetilcolina mediada pelos receptores muscarínicos, causando secura da mucosa nasal. É bem absorvida por via oral ou parenteral. Sua ligação com as proteínas plasmáticas é de 72%. Metaboliza-se no fígado. Sua meia-vida é de 12 a 15 horas. O seu efeito máximo é alcançado em 6 horas, e sua duração é de 4 a 25 horas. Elimina-se por via renal.

Indicações.

Rinite alérgica constante ou estacionária, rinite vasomotora, conjuntivite alérgica. Prurido associado com reações alérgicas. Espirros e rinorréia associados com o resfriado comum. Urticária (por transfusão). Coadjuvante no tratamento das reações anafiláticas e anafilactóides.

Posologia.

Adultos: 2mg, por via oral, em intervalos de 4 a 6 horas. Crianças menores de 12 anos: 0,15mg/kg, subdivididos em 4 doses, ou 0,5 a 1mg a cada 4 ou 6 horas.

Superdosagem.

Torpor, secura da boca e da mucosa nasal, congestão facial, alucinações, crises convulsivas, insônia (estimulação do SNC). Tratamento: sintomático, incluindo lavagem gástrica, indução do vômito, administração de vasoconstritores e líquidos parenterais. Evitar a administração de estimulantes (analépticos).

Reações adversas.

Sonolência. Ocasionalmente provoca enjôos, taquicardia, anorexia, erupção cutânea, visão turva e outros distúrbios visuais.

Precauções.

Pode mascarar os efeitos ototóxicos produzidos por doses elevadas de salicilatos, cisplatina paromomicina e vancomicina. Evitar a ingestão de álcool ou de outros depressores do SNC. Deve-se ter precaução se ocorrer sonolência. Em caso de irritação gástrica pode ser ingerida com alimentos, água ou leite. Pode inibir a lactação por seu efeito antimuscarínico. Não é recomendado o uso em recém-nascidos e nem em prematuros. Em crianças pode ocorrer uma reação paradoxal, caracterizada por hiperexcitabilidade. Os idosos, mais susceptíveis aos efeitos antimuscarínicos, podem apresentar enjôos, sedação, confusão, hipotensão, secura da boca e retenção urinária. O risco/benefício deve ser avaliado durante a gravidez e o aleitamento.

Interações.

Álcool, antidepressivos tricíclicos, depressores do SNC, anti-hipertensivos depressores do SNC (clonidina, guanabenzo, metildopa, metirosina) podem potenciar os efeitos depressores da dexclorfeniramina. Potenciação dos efeitos antimuscarínicos com o uso simultâneo de haloperidol, ipatrópio, fenotiazina ou procainamida. Os IMAO podem prolongar os efeitos antimuscarínicos e depressores do SNC da dexclorfeniramina. Pode interferir com as provas cutâneas que utilizam alergênicos. Fármacos fotossensibilizadores: efeitos aditivos sobre a fotossensibilidade.

Contra-indicações.

Hipersensibilidade ao fármaco ou a outros anti-histamínicos relacionados. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de asma aguda, obstrução do canal vesical, hipertrofia prostática sintomática, predisposição à retenção urinária, glaucoma de ângulo fechado e de ângulo aberto.