Ações terapêuticas.
Estimulante da ovulação.
Propriedades.
Usado como citrato, é um composto não-esteróide com propriedades estrogênicas e antiestrogênicas. O mecanismo para estimular a ovulação é desconhecido, porém, calcula-se estar relacionado com suas propriedades antiestrogênicas; compete com os estrogênios pelos locais de união ao nível hipotalâmico. Pode aumentar a secreção de hormônio luteinizante (LH) e folículoestimulante (FSH), com a conseqüente estimulação ovariana e o pico de LH pré-ovulatório, produzindo a maturação do folículo ovárico e o corpo lúteo. É facilmente absorvido no trato gastrintestinal; penetra no sistema êntero-hepático, onde recircula, se metaboliza no fígado e por via biliar (fezes), onde é detectável durante 6 semanas.
Indicações.
Tratamento de infertilidade feminina por insuficiência ovulatória e com nível de estrogênios adequado. Tratamento de infertilidade masculina por oligospermia.
Posologia.
As pacientes que tenham sido hipoestrogênicas durante longo período podem necessitar pré-tratamento com estrogênios para obter um endométrio mais normal. As pacientes com sensibilidade anormal às gonadotropinas hipofisárias (síndrome de ovário policístico) podem necessitar de menor dose ou menos tempo de tratamento com clomifeno. Dose usual para adultos: 50mg por dia durante 5 dias, começando no quinto dia do ciclo menstrual; se não ocorrer a ovulação, a dose deverá ser aumentada para 100mg por dia durante 5 dias, podendo chegar até 250mg por dia. Doses maiores que 100mg por dia durante 5 dias foram associadas com uma maior incidência de efeitos colaterais.
Reações adversas.
Com as doses recomendadas, as reações adversas são raras e seu aparecimento geralmente se relaciona com a dose e a duração do tratamento; mas revertem após a suspensão da terapêutica com clomifeno. É associado com uma incidência de gravidez múltipla, partos prematuros, gravidez ectópica e heterotópica. Pode provocar diminuição na quantidade e qualidade do muco cervical e interferir na resposta. São de incidência mais freqüente: sufocos, enjôos, cefaléias, visão turva, distensão abdominal, dor pélvica, sensibilidade dos olhos à luz, náuseas, vômitos e cansaço.
Precauções.
Não se recomenda o uso em pacientes com cistos ováricos, posto que pode aumentá-los. Se durante o tratamento aparecer um cisto no ovário, ou se estes aumentarem de tamanho, recomenda-se suspender o tratamento com clomifeno até que retornem ao tamanho normal; o novo ciclo será iniciado com uma dose reduzida. Se a paciente apresentar doenças visuais, deverá ser realizado um estudo oftalmológico e suspender o tratamento. Este fármaco é teratogênico e foram descritas má-formações congênitas e morte fetal associadas com sua administração.
Interações.
Não foram descritas.
Contra-indicações.
Gravidez, cisto ovariano, metrorragias anormais sem diagnóstico, disfunção hepática ativa, tromboflebite ativa. A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de miomas uterinos e síndrome do ovário policístico.